Caso foi descoberto pela polícia em agosto; a suspeita é de que a mãe teria aliciado a filha
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
A Justiça da Comarca de Cardoso decretou, na última terça-feira, a prisão de uma
mulher suspeita de aliciamento e abandono da filha de 9 anos. A menina é a que no dia 25 de agosto, foi encontrada pela Polícia Militar em um carro mantendo relações sexuais (estupro), com um homem de 52 anos. Desde então, surgiu a suspeita de que a mãe, além de saber do abuso contra a filha, também estaria facilitando ou até lucrando, com os encontros de menina.
O mandado de prisão contra a mulher foi expedido no período matutino e foi presa duas horas após, sendo levada à Cadeia de Guarani d’Oeste. Segundo informações obtidas através de reportagem do jornal Bom Dia, em depoimento à polícia, a criança contou que aquela não foi a primeira vez que havia mantido relação com o homem, um zelador cujo prenome é "Lucas". A menina também confirmou que a mãe sabia de tudo.
A prisão de Lucas ocorreu quando ele mantinha relações sexuais com a criança, no interior de um carro em um canavial, em São João do Marinheiro, distrito de Cardoso.
Ainda de acordo com a reportagem, o caso envolvendo o estupro estava sendo investigado pela Polícia Civil havia cerca de seis meses. Uma denúncia anônima levou a polícia a abrir inquérito e apurar a situação. E uma outra denúncia levou a polícia a pegar o acusado em flagrante na quinta-feira (25/8).
O caso segue em segredo, para não atrapalhar as investigações, e para que as identidades dos envolvidos sejam preservadas. No dia seguinte ao fato, a reportagem do jornal A Cidade foi até Cardoso e conversou com o promotor de justiça Leandro Lippi Guimarães, que deu alguns detalhes sobre os acontecimentos.
Segundo Lippi, uma abordagem da Polícia Militar flagrou o indivíduo com a garota momentos após manterem relações sexuais. Diante da situação, foi dada voz de prisão ao envolvido e acionado o Conselho Tutelar daquele município.
Com as suspeitas dos encontros ocorreram sob o consentimento da mãe da menina, a promotoria entrou com o pedido de guarda cautelar de outros dois filhos da mulher, sendo um adolescente e uma criança de dois anos de idade. Eles foram afastados do convívio materno e estão sob a guarda designada pela Vara da Infância e Juventude. A criança abusada passou pro exame de corpo de delito, que comprovou o estupro.
Atualmente, as crianças residem na casa de uma tia. O Conselho Tutelar está acompanhando a rotina das crianças para manter o MP e a Justiça informados. Caso seja necessário, as crianças serão tiradas da tia para ficar com uma família acolhedora. Os irmãos só vão para adoção em último caso.
Já estuprador segue preso, aguardando decisão da Justiça. Segundo a lei brasileira, quando um adulto relaciona-se com pessoa com idade inferior a 14 anos, tem-se estupro de vulnerável. O crime caiu rapidamente na boca do povo da cidade e deixou indignados os quase 12 mil habitantes.