Chuva e ventania de 15 minutos derrubaram torres, árvores, destelharam dezenas de casas e empresas
Jociano Garofolo
garofolo@acidadaevotuporanga.com.br
Em casa esquina do município de Américo de Campos na tarde de ontem, histórias de terror e pânico dos moradores que presenciaram um violento temporal que arrasou a cidade. Uma ventania seguida por uma intensa e rápida chuva de granizo lançou longe torres, árvores e placas, destelhou dezenas de casas e estabelecimentos comerciais e deixou um enorme rastro de prejuízo.
O temporal que atingiu em cheio a cidade ocorreu por volta das 13h15, e durou aproximadamente 15 minutos, sendo menos de cinco de ventania e o restante de uma intensa chuva de granizos. Segundo relato dos moradores, o tempo escureceu rapidamente e uma rajada de ventos de menos de cinco minutos foi derrubando quase tudo que encontrava pela frente. Os pontos mais críticos foram uma encubadora de empresas, ao lado da prefeitura, uma casa em que uma torre ao lado tombou sobre e na entrada da cidade, próximo à imagem do "Cristo Redentor", onde enormes árvores centenárias simplesmente foram arrancadas do chão.
Bombeiros de Votuporanga foram acionados e trabalharam serrando árvores e galhos, prestando socorro em casas destelhadas e com portões cáidos, durante toda a tarde e início da noite, divididos em equipes. Dezenas de casas foram completamente destelhadas. Vários carros, que estava estacionados nas ruas ficaram bastante danificados com a queda de enormes pedras de granizo e também por galhos e até árvores inteiras que tombaram.
Todos os quarteirões, sem excessão, foram atingidos. Até a torre do relógio da igreja, localizada no ponto central da cidade, foi danificada. Uma quadra, recentemente utilizada para destinação de materiais recicláveis teve metade do seu telhado arremessado longe.
Medo da morte
Ao lado da prefeitura, onde funcionava um barracão de multiplo uso, disponibilizado para pequenas empresas onde trabalhavam no momento cerca de 15 pessoas, por pouco, o cenário não foi de tragédia. "Estávamos trabalhando quando de repente veio a ventania. O telhado começou a balançar e foi arrancado de uma vez só. Saímos correndo e uma parede caiu sobre mim e mais duas pessoas que estava na fábrica. Por Deus, saímos ilesos, mas bateu o medo da morte. Já passei por muita coisa nessa vida, mas nada parecido. Foi um momento de terror. Estava trabalhando e agora perdi tudo", afirmou um dos empresários, identificado como Pastor Matheus, de 55 anos.
O telhado, assim como toda a estrutura metálica do barracão foram arremessados contra o muito do aumoxarifado municipal e foram parar cerca de 20 metros de distância, sobre o canteiro central de uma avenida. Apesar de toda destruição e perigo, até o início da noite de ontem, o Corpo de Bombeiros de Votuporanga não havia registrado pessoas feridas que precisaram de atendimento médico. O prefeito César Gil pediu ajuda à Defesa Civil e deve decretar Estado de Emergência.
O trânsito na rodovia Miguel Elias Jabur (SP-479), via de acesso à cidade, chegou a interrompido com a queda de árvores. De acordo com O tenente Alex Brito, comandante dos Bombeiros de Votuporanga, cinco árvores foram removidas e a via liberada.