Alambrado do CPP de Rio Preto tem vários remendos por causa das tentativas de fuga
Da Redação
O Centro de Progressão Penitenciária de São José do Rio Preto, a principal unidade prisional da região, está uma bomaba relógio. No último sábado (6), um detento, com uma extensa ficha criminal, fugiu do CPP, com a ajuda de quatro homens. Mas, mesmo sendo um presídio, não é muito difícil escapar do CPP. Como os detentos já cumpriram a maior parte da pena e estão no regime semiaberto, a lei brasileira proíbe muralhas e agentes armados nesse tipo de prisão.
Na frente do prédio, quase cinco metros de alambrado reforçados por uma cerca elétrica, guardas na portaria e vigias nas torres. É para unidades como o CPP que são transferidos os presos que já cumpriram parte da pena em regime fechado e tiveram bom comportamento.
Os Centros de Progressão Penitenciária funcionam em regime semiaberto e proporcionam aos detentos até cinco saídas temporárias por ano em feriados. Mas o que parece ser um sistema funcional e seguro apresenta uma série de fragilidades que põem em risco não só a vida da população, como também de quem trabalha no local.
Basta andar pela lateral da unidade para perceber que o alambrado já foi emendado diversas vezes. É por estes buracos nos alambrados que os bandidos fazem o resgate dos presos. Depois de cortar o arame, eles só precisam atravessar uma plantação de eucaliptos para chegar à rodovia e concluir a fuga.
Em uma curta caminhada, é possível constatar pelo menos dez emendas na cerca de proteção. Foi por uma delas que o detento foi resgatado no último fim de semana. O preso responde a 16 processos, incluindo um de homicídio, e tinha acabado de ser transferido de um presídio de Campinas (SP).
A polícia ainda procura por ele e pelos quatro homens que participaram da ação fortemente armados. “A atuação dele foi em Campinas e toda a polícia do estado, não só de Campinas, está efetuando buscas com as informações que temos com o intuito de recapturá-lo”, afirma o capitão da Polícia Militar Fábio Rogério Cândido.
Para João Alfredo de Oliveira, presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado, a falha não está exatamente na segurança do local. “O preso, uma vez no semiaberto, ele não pode ser transportado no chiqueirinho da viatura, ele não pode ser algemado e também não pode estar em uma unidade que tenha muralhas. Para que se tenha um pouco mais de segurança, foram improvisadas algumas guaritas e o agente penitenciário não tem preparo para isso”, diz.
A Secretaria de Administração Penitenciária informou em nota que, mais que conter os presos, o regime semiaberto tem o objetivo de autodisciplinar os detentos, isso independentemente do crime que cometeram. (G1)