Bairro rural é conhecido por estar próximo da Fazenda Léo Commar, sentido Parisi; moradores jogaram telhas para que carros passem com facilidade
Karolline Bianconi
Uma estrada de terra com péssimas condições de tráfego de veículos. Esta é a situação que os moradores de um bairro rural, com entrada às margens da rodovia Péricles Belini (SP-461), sentido Votuporanga a Parisi/Álvares Florence, encontram diariamente. O bairro rural é conhecido por estar na região da Fazenda Léo Commar.
A estrada deve ter cerca de três quilômetros de terra e acaba próximo à Chácara MJ. Para se ter uma ideia das condições do local, apenas um veículo pode passar por vez. Caso os motoristas tenham intenções diferentes de fazer o trajeto, um deles precisa ceder e dar ré, para tentar chegar ao seu destino final.
A área pertence a Álvares Florence, conforme apurado pela reportagem, ao entrar em contato com as prefeituras de Votuporanga e Parisi. As terras passaram a ser vendidas pelos proprietários de fazendas.
Danos
Frank Elinton Nunes Guerra, 33, mora no sítio Lonan 7 há três anos, com a esposa e o filho. Ele contou que quando chove, o acesso, tanto para o bairro rural quanto para rodovia, fica impossível. Em dezembro, por exemplo, a chuva abriu vários buracos pela estrada, formando várias “piscinas”. O carro de Frank atolou. Para sair com o carro, Frank abriu valas pela estrada para que a água pudesse escorrer.
João Nunes, 45, morou durante quase dois anos no bairro rural. Atualmente, reside em Votuporanga, mas sempre está presente na casa de familiares e conhecidos do bairro.
Em dias de chuva, o transporte escolar oferecido pela Prefeitura de Álvares Florence não chega na porta das propriedades rurais. “A van para no trecho e os pais precisam descer para pegar os filhos”, falou.
Outro problema destacado pelos moradores é que o proprietário de uma área rural não faz o corte dos galhos de árvores, o que acaba riscando os carros que passam pelo local. Eles até iriam pedir para que o proprietário abrisse mais um metro de terra, para o lado da propriedade, para que facilitasse o acesso dos veículos.
Os moradores se viram como podem. Para melhorar as condições para a passagem dos veículos, alguns jogaram telha quebrada, pedaços de madeira, entre outros materiais. Foi o que o primo de Antônio Nossa Neto fez. Ele mora em Votuporanga, mas cuida de sua chácara, que fica em Álvares. Para chegar até o local, precisa usar a estrada. “Toda vez é problema: tenho que parar com meu carro para deixar outro motorista passar”,
Frank disse que procurou pelos vereadores Emerson Pereira, Serginho da Farmácia e Edilson do Santa Cruz, mas foi informado pelos mesmos de que não poderiam fazer nada, porque a área pertencia à Álvares Florence. “O engraçado é que teve pai de vereador que veio pedir voto aqui para a gente. E nós votamos em Votuporanga, apesar de morar nesta área”, disparou.
Como não acham solução para o problema, Franck contou que já conversou com alguns moradores para organziar a compra coletiva de cascalho (pedra), para jogar na estrada, onde existem os buracos. Eles ainda pensam em fazer um abaixo-assinado para que o problema seja resolvido.