A empresa não informou os salários para os cargos.
A Guarani Tereos Açúcar & Energia Brasil está com 1,5 mil vagas abertas em sete cidades da região. As oportunidades são para as usinas de álcool, açúcar e energia e escritórios de Colina, Guaíra, Guaraci, Olímpia, Pitangueiras, Severínia e Tanabi. Desses postos, cerca de 1,3 mil são destinados a safristas, que terão contrato de abril a novembro, com possibilidade de efetivação. O restante são para trabalhadores efetivos. A Guarani não informou os salários para os cargos.
Para selecionar os novos colaboradores, a empresa fará um Feirão de Empregos no próximo dia 11, na Universidade Paulista (Unip), em Rio Preto. Lá os candidatos serão direcionados para as entrevistas individuais conforme o perfil e o local de residência. Além das conversas com o pessoal de Recursos Humanos, haverá entrevistas técnicas. A Prefeitura, por meio da Secretaria de Trabalho e Emprego, está apoiando o Feirão.
As vagas são para todos os níveis de escolaridade: fundamental, médio, técnico e superior. Candidatos de todas as cidades podem ir ao Feirão e a expectativa é que 8 mil pessoas participem da seleção. De acordo com Rui Carvalho, gerente de desenvolvimento organizacional, há interesse em efetivar os temporários que se destaquem com bom trabalho. “Nós estamos sempre buscando os melhores profissionais do mercado.
A Guarani sempre busca talento, pessoas que estão abertas para aprender, que tenham iniciativa na busca de se desenvolver e de fazer cada vez melhor para crescer profissionalmente”, afirma. A empresa também procura quem atue de acordo com os valores: compromisso de longo prazo, espírito empreendedor, proximidade e abertura. Segundo Rui, o agronegócio vive um momento promissor no país, mesmo durante a crise.
“A gente tem perspectivas boas de crescimento e isso possibilita essas contratações. A gente precisa dessas pessoas para iniciar a safra, executar o trabalho durante a safra e auxiliar na produção de açúcar, etanol e energia”, afirma. O gerente lembra ainda que mesmo que o candidato não seja selecionado durante o Feirão, seu currículo fica armazenado e ele pode ser chamado no futuro.
Mercado
As vagas vêm em um mercado de trabalho turbulento na região. Em 35 cidades foram perdidos 7.599 postos de trabalho em 2016. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A maior perda, de 4.667 carteiras assinadas, está em Rio Preto. Davi Luiz Cesar Junior, 22 anos, desempregado há oito meses, perdeu as contas de em quantas portas já bateu.
Nesta terça-feira, 24, foi a vez do Balcão de Empregos da Secretaria do Trabalho e Emprego de Rio Preto. Davi trabalhava como estoquista e busca uma oportunidade em qualquer área. “Eu estou atrás, uma hora vai chamar”, acredita. Pagando aluguel e com três filhos para sustentar, Moacir José Pacheco Júnior, 34, não fica sem trabalho há 17. É que ele sempre saiu de um emprego direto para outro. Dessa vez, a crise atingiu e ele foi demitido de um buffet. “Qualquer área para mim está bom demais.”
Mostre iniciativa e consiga a efetivação
A maioria das vagas da Guarani é temporária, para trabalhos entre abril e novembro, durante a safra da cana-de-açúcar. Juliana Ferrari, professor do curso de Psicologia da Unirp e pós-graduada em gestão de pessoas, afirma que vale a pena buscar uma delas: o mais importante é não ficar parado. “O tempo parado no seu currículo mostra desvantagem competitiva”, afirma. Segundo ela, em um emprego do tipo, mostrando-se iniciativa e comprometimento a chance de efetivação é grande. “Você que faz a sua carreira.”
Outro ponto importante são os contatos. As conexões podem ser feitas, por exemplo, em visitas, conversas, processos seletivos e eventos. “Ser lembrado como profissional. E não ficar dentro de casa esperando aparecer um trabalho”, orienta. Chegar no Feirão de Empregos já com o currículo impresso faz ganhar tempo, que pode ser utilizado em conversas, até com funcionários da empresa, e em demonstração de interesse na vaga. Marco Antonio Soares do Nascimento, 21 anos, busca emprego há quatro meses. “Não tenho preferência. Tenho filho pequeno para sustentar, minha mulher está grávida.
É ruim ter que ficar procurando emprego”, comenta ele que já perdeu as contas de quantos currículos entregou. Vera Lúcia de Oliveira, 53 anos, trabalhava na casa de uma família quando pegou o acerto e realizou o sonho de abrir uma lanchonete em Potirendaba, onde nasceu e se criou. Após um homicídio nas proximidades do negócio, ela teve que fechar as portas. “Os fregueses foram sumindo. Fui vendendo as coisas para ir sobrevivendo”, conta. Desempregada há seis meses, ela vive em Rio Preto e está em busca de uma oportunidade. “O que Deus preparar”, comenta.