Bugio foi encontrado em mata próximo a ranchos em Cardoso (SP);
junto ao macaco morto havia um filhote, que foi resgatado com vida
Um macaco bugio foi encontrado morto em uma mata próxima ao rio Grande, em Cardoso (SP). Segundo a Polícia Ambiental, um vidro de veneno foi deixado perto do animal, e por isso a polícia suspeita que ele tenha sido envenenado. O animal foi encontrado morto na sexta-feira (3). Agentes de saúde acreditam que animais estão sendo mortos por causa do medo da febre amarela.
De acordo com a Polícia Ambiental, esse animal morto era uma fêmea. A suspeita é de envenenamento, já que o vidro de veneno foi encontrado ao lado de uma porção de comida do animal. Amostras do macaco morto foram colhidas para exames. “Os exames da causa da morte vão dizer exatamente o que aconteceu. Os indícios no local é que o animal foi envenenado, e não de febre amarela”, afirma o tenente da Polícia Ambiental Gabriel de Melo.
Junto ao corpo do macaco bugio havia um filhote que tem apenas alguns dias de vida. Ele foi resgatado e levado para uma clínica veterinária em Votuporanga (SP) na sexta-feira (3) e nesta segunda-feira (6) foi trazido para o hospital veterinário de São José do Rio Preto (SP). “A suspeita da mãe é ter sido morta. Os macacos pregos e bugios estão em extinção, nesse caso foi encontrado um pote de veneno com comida ao lado do corpo da mãe. Não há uma denúncia em si, ninguém viu, mas foi achado o pote de veneno”, afirma a veterinária Fernanda Segobi Pegolo.
De acordo com a veterinária, o filhote do macaco ainda estava grudado à mãe. “O macaco foi trazido pela Polícia Ambiental de Votuporanga após denúncia de morte de macaco na região. A mãe estava morte e o macaquinho estava grudadinho na mãe, como é o começo de vida deles mesmo, ele chegou desidratado”, diz a médica.
A Secretaria Estadual de Saúde diz que de janeiro do ano passado até agora, 228 macacos foram encontrados mortos no Estado de São Paulo e, desses, apenas 32 foram confirmados a morte por febre amarela.
Medo da febre amarela
Só neste ano, em São José do Rio Preto (SP), 28 macacos foram encontrados mortos; uns com sinais de lesões, outros com traumatismo craniano. O número é definitivamente maior que o de macacos diagnosticados com febre amarela: um no ano passado e um este ano.
“Cerca de 60% desses animais, a gente encontrou alguma causa externa, seja traumatismo, choque elétrico, tivemos um animal carbonizado e outro que foi ferido por uma arma. A gente encontrou um projétil durante a necropsia”, afirma a enfermeira Michela Dias Barcelos.
Os agentes de saúde acreditam que a população esteja matando os animais por medo da febre amarela, o que é um erro, já que o macaco não transmite a doença. “O macaco funciona com uma sentinela. Ele alerta a população sobre a presença do vírus circulando na região e a necessidade de a gente estar adotando algumas medidas preventivas. O macaco não transmite a doença diretamente ao homem. Então, não é necessário ter medo desses animais. O que as pessoas precisam ter cuidados é de se vacinar e de eliminar criadouros para que a gente não tenha a proliferação de mosquitos”, diz a enfermeira.
Fonte: G1 Rio Preto e Araçatuba