Flávia e a sua “Fiona” durante sessão com Valéria na faculdade (Foto: Alexandre Souza/Folha da Região)
A pequena “Fiona”, de apenas oito meses de vida, já deu muito trabalho para sua dona, a médica veterinária Flávia de Almeida Lucas, 47. Da raça Lhasa Apso, Fiona é um animalzinho muito agitado, que late, choraminga o tempo todo, morde as pessoas da casa, mesmo que de brincadeira, e possui alta dominância.
Diante desse comportamento, a médica veterinária decidiu buscar ajuda nas terapias complementares, mais especificamente aos florais de Bach, ministrados pela professora Valéria Nobre Leal de Souza Oliva, médica veterinária da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araçatuba e terapeuta floral formada pelo Instituto “Dr. Edward Bach”, em Campinas (SP).
“Fiona estava em tratamento de doença oftálmica e não permitia nem ao menos que a dona aplicasse o colírio prescrito. Com o uso do floral, passou a permitir a medicação e o convívio e a abordagem das pessoas se tornaram mais fáceis”, destacou Valéria.
Para Flávia, o tratamento está sendo muito positivo, pois a cachorrinha está menos agressiva e aceita a aplicação do medicamento nos olhos. “Com uma semana de tratamento ela já deixava eu mexer no olho tranquilamente”, lembra Flávia. A dona de Fiona cita que o tratamento com florais já dura 40 dias, inicialmente com uma fórmula e agora, com outra. “Recomendo o uso da terapia complementar”, destacou.
Integral
Já Valéria Oliva afirma que as terapias complementares, como os florais de Bach, atuam no tratamento do ser integral e não apenas nos sintomas. Dentro desse rol, constam a acupuntura, homeopatia, entre outras. Segundo Valéria, esse tipo de terapia, tão comum para o ser humano, vem ganhando espaço do tratamento em animais, especialmente os de estimação, com bons resultados.
“A terapia floral de Bach é utilizada em cães e gatos de qualquer raça, sem restrição alguma, sem produzir nenhum efeito adverso e pode ser administrada de maneira concomitante às terapias alopatias convencionais”, explicou Valéria, ao frisar que seu uso na medicina veterinária têm apresentado um ótimo resultado nos tratamentos de doenças e distúrbios de origem comportamental, doenças recidivantes (cistites e otites crônicas, por exemplo), no preparo pré-operatório, na recuperação pós-operatória, nos estados de choque e traumatismos graves. “Em teoria, pode ser utilizada em qualquer situação em que o desequilíbrio orgânico tenha se estabelecido e, em muitos casos, aumenta a eficácia dos tratamentos convencionais.”
De acordo com a especialista, a terapia traz o indivíduo para seu equilíbrio emocional e energético, o que reflete no próprio equilíbrio físico, facilitando a cura. Nos caso de distúrbios essencialmente comportamentais, o uso de floral de maneira pode substituir o de medicamentos psicotrópicos. “Os resultados têm sido muito positivos”, completou.
Florais
Os florais de Bach constituem um sistema criado pelo médico homeopata inglês Edward Bach e utiliza 38 essências obtidas das flores, com exceção de uma delas que tem origem na água de fonte natural. O método propõe a cura do doente por meio da identificação e tratamento do estado emocional em que o animal se encontra e o modo de agir deste animal, permitindo que seja restabelecido o equilíbrio.
“Trata-se de uma medicina vibracional, baseada no princípio de ressonância em que a energia da essência floral, que se encontra em determinada faixa vibracional, faz o organismo e suas células em desequilíbrio voltarem a vibrar em equilíbrio energético. A essência ou essências florais escolhidas devem ser resultado de uma investigação totalmente individual e a prescrição final é única para aquela situação e animal. É uma terapia suave, de baixo custo, de fácil administração para cães e gatos", salientou Valéria.
Tempo
A terapia Floral de Bach é oferecida pela profissional no Hospital Veterinário da Unesp há alguns anos, além de médicos veterinários com atendimento privado. O encaminhamento tem sido feito pelos docentes das áreas de clínica médica e clínica cirúrgica, como complemento aos tratamentos convencionais prescritos em algumas situações clínicas específicas.
“No último ano, tem havido uma procura crescente provavelmente devido ao maior conhecimento da população a respeito do assunto. Nota-se que, com a aceitação de terapias complementares por parte das pessoas, os tutores dos animais passam a busca-las, também, para seus pets”, destacou.
*Folha da Região - Monique Bueno