Ex-moradores de São José do Rio Preto, que estavam em Las Vegas, contam como foii o drama vivido na noite deste domingo (1º)
Socorristas ajudam vítimas da chacina (Foto: Chase Stevens/Las Vegas Review Journal/Associated Press/Estadão Conteúdo)
Bruna Machado, 29 anos, estava jantando em um hotel quando ouviu tiros, gente gritando, vidros quebrando. Ela saiu correndo, sem rumo, procurando um lugar para se esconder de tiros que nem sabia de onde vinha. Jéssica Alves Gaetan, 30 anos, ficou presa no trânsito, sem saber o que tinha acontecido. Viu a polícia fechando todas vias e dezenas de viaturas e de carros do resgate passando a toda velocidade.
Ex-moradores de Rio Preto que estavam em Las Vegas, elas contam como foi o drama vivido na noite deste domingo, dia 1º, quando um homem abriu fogo contra uma multidão que assistia a um festival de música, no que já é considerado o mais violento ataque a tiros da história recente dos Estados Unidos. Pelo menos 59 pessoas morreram e 527 ficaram feridas. Três dessas mortes foram no local onde estava a analista financeiro Bruna Machado, 29 anos.
Ela estudou em Rio Preto e atualmente reside em São Francisco (EUA) e passava o final de semana com amigos em Las Vegas. “Eu e meus amigos fomos jantar no hotel Cosmopolitan, e quando estávamos saindo do hotel começamos a ouvir os tiros, gente gritando, vidros quebrando, e saímos correndo sem rumo, procurando um local para se esconder, foi bastante tenso, ele matou três pessoas onde nós estávamos”, disse.
De acordo com ela, todos corriam sem direção porque ninguém conseguia ver o atirador. “Foi horrível porque não sabíamos de onde vinham os tiros”, disse ela. Enquanto a população corria, Stephen Paddock, 64 anos, atirava do 32º andar do hotel Mandalay Bay, que fica na avenida central Las Vegas Strip, onde acontecia a terceira e última noite do festival de música country Route 91 Harvest Festival. Ele atirou em direção a um público de cerca de 22 mil pessoas. As autoridades informaram que o atirador se matou após a ação.
A polícia americana ainda investiga qual teria sido a motivação do atirador, mas descartou o envolvimento dele com o grupo terrorista Estado Islâmico. A rio-pretense Jessica Alves Gaetan estava de carro próximo ao local do tiroteio. “Trabalho como guia aqui. Estava levando clientes no hotel e a polícia fechou todos os acessos à rodovia. Vi muitos carros de polícia e bombeiros passando então já imaginei que algo grave tinha acontecido. Graças a Deus não estava na avenida no momento do tiroteio, mas estava bem próximo”, disse.
As clientes dela estavam hospedadas no hotel New York New York, a dois quarteirões do hotel onde estava o atirador. “Não conseguia acessar a avenida do hotel. Levei elas para minha casa porque não sabíamos a gravidade do assunto. A comunidade fez uma página no face para ajudar quem não tinha como voltar para o hotel, oferecendo abrigo, comida, dinheiro”, afirmou.
Salva por uma lua de mel
A rio-pretense Katiene Norton, 36 anos, mora há 4 anos em Las Vegas, onde trabalha como engenheira de áudio. Todos os anos ela comemorava o aniversário no Route 91, festival que ocorre no dia do aniversário dela. Neste ano, ela não foi porque usou o dinheiro que tinha para pagar a viagem de lua de mel do irmão, que se casou em Rio Preto.
“Eu sempre vou nesse show porque é no dia do meu aniversário, 1º de outubro. O ingresso estava 350 dólares por pessoa e teríamos de comprar dois – um para mim e outro para meu esposo. Como dei a viagem de presente para meu irmão não fomos ao festival. Nunca fui tão feliz em estar sem dinheiro”, disse.
Atirador era multimilionário
Eric Paddock, irmão de Stephen Craig Paddock, afirmou que o atirador é um multimilionário que fez grande parte de seu dinheiro investindo no setor imobiliário. Nesta segunda-feira, Eric Paddock disse a repórteres, em Orlando, que seu irmão também atuou como contador por muitos anos. Ele não estava ciente do irmão ter tido dificuldades financeiras recentes. Eric afirmou ainda que seu irmão tinha gastos excessivos em cassinos em Las Vegas. Ele descreveu a riqueza do atirador como “substancial” e disse que o irmão não se preocupava com religião ou política.
O agente especial do FBI Aaron Rouse anunciou em coletiva de imprensa que o Stephen não tinha ligação com grupos terroristas internacionais. A declaração foi logo após o grupo Estado Islâmico ter reivindicado a responsabilidade pelo ataque, embora não tenha apresentado evidências. O grupo extremista alegou que o atirador, Stephen Craig Paddock, era um “soldado” que havia se convertido ao Islamismo há meses.
Fonte: Diário da Região