Mãe com o filho durante a vacinação na UBS do Parque Industrial: doses estão disponíveis em todas as unidades (Foto: Johnny Torres 2/5/2018)
Mais duas pessoas morreram em decorrência de complicações da gripe em Rio Preto. Com isso, são três óbitos neste ano pela doença na cidade em menos de um mês. De acordo com a Secretaria de Saúde, todos os pacientes tinham algum fator de risco que complicou o quadro. Os dados foram divulgados na tarde desta quinta-feira, 10.
As vítimas são uma mulher entre 30 e 39 anos e um homem de mais de 80 anos - nomes e idades não foram divulgados, apenas o sexo a e faixa etária. Os dois tiveram H1N1 e H3N2, respectivamente, e faleceram entre abril e maio. A primeira a morrer com a doença neste ano foi a vendedora Patrícia Atanazio, de 51 anos, moradora do bairro Fraternidade, em 13 de abril. Foi a primeira vítima do vírus desde 2016, quando 14 pessoas perderam a vida.
Para Maurício Lacerda Nogueira, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia e docente da Famerp, não há motivo para preocupação. "Todo ano tem diversas mortes por gripe. Doenças respiratórias são a maior causa de morte por doença infecciosa do mundo inteiro." Nogueira considera que três óbitos é um número dentro do esperado e reforça a importância da vacinação.
Além das mortes, foram confirmados mais oito casos da síndrome respiratória aguda grave, totalizando 19. São 13 de H1N1, quatro de H3N2 e dois de Influenza B. O caso de três pacientes está em investigação.
A maioria dos doentes tem entre seis meses e quatro anos - são seis crianças. Depois, aparecem os idosos, que totalizam cinco doentes e um caso sendo investigado.
Vacina
A vacina contra gripe está disponível na rede pública para crianças menores de cinco anos, idosos, gestantes e mulheres que deram à luz há menos de 45 dias, professores, trabalhadores da saúde, portadores de doenças crônicas, indígenas, detentos e funcionários do sistema prisional.
A campanha teve início em 23 de abril e até o momento imunizou 54,7 mil pessoas, 47,5% do total. A expectativa é vacinar pelo menos 90% dos 106,8 indivíduos dos grupos prioritários com meta.
Os trabalhadores da saúde, seguidos dos idosos, são os que têm cobertura vacinal maior, de 67,9% e 54,9%, até agora. Os professores (para eles, a campanha começou na quarta-feira, 9) e as crianças estão mais longe de bater a meta, com cobertura de 7,8% e 21,1%.
Os grupos que devem receber a vacina são escolhidos com base no risco que as pessoas possuem de desenvolver complicações em decorrência da gripe e nas chances de contrair o vírus.
Michela Barcelos, gerente de imunização de Rio Preto, alerta que não se deve esperar para tomar a vacina porque ela demora até duas semanas para fazer efeito. Embora a procura esteja maior que em 2017, mais pessoas já deveriam ter se imunizado. O sábado, 12, será dedicado à mobilização nacional. Todos os postos estarão abertos das 8h às 17h.
Os sintomas da gripe incluem febre; dores de cabeça, corpo, garganta e articulações; secreção nasal em excesso e espirros. Ao apresentá-los, a pessoa deve se dirigir a uma unidade de saúde, diminuindo assim o risco de complicações.