'Acreditei até o fim que sobreviveria', diz pai após a garota ter alta. Médicos que cuidaram de Gabrielle não esperavam recuperação tão rápida da paciente de Rio Preto
Pai abre loja e coloca placa para agradecer hospital de Rio Preto que salvou a vida de sua filha (Foto: Arquivo Pessoal)
O cliente que entra em uma loja na Avenida Brigadeiro Faria Lima e vê uma faixa de agradecimento, em São José do Rio Preto (SP), não imagina o desespero que a família do comerciante passou no último ano.
A mensagem é uma homenagem aos profissionais do Hospital de Base, o Hospital da Criança e ao Instituto Lucy Montoro, que ajudaram na reabilitação de Gabrielle Vitória Souza, de 12 anos.
A adolescente é filha do comerciante Fábio Rogério Costa de Souza e sofreu um grave Acidente Vascular Cerebral (AVC) em fevereiro de 2018. As chances de sobreviver, segundo os médicos, eram mínimas.
“O médico chegou para mim com o documento de doação de órgãos dela, me disse que a chance de sobreviver era quase inexistente, mas acreditei até o fim que ela sobreviveria. Eu falava para todo mundo que minha filha sairia daquele hospital andando”, diz o pai.
Fábio diz que montou a loja, que fica próximo ao Hospital de Base, como forma de agradecimento ao trabalho realizado com a filha.
O comerciante decidiu que pararia de trabalhar e abriu a loja, onde todos os produtos custam R$ 1, e para quem não tem dinheiro, é de graça. Nas paredes do estabelecimento, ele estampou a placa.
“Foi uma maneira de agradecer a equipe médica, eu montei uma loja para ajudar as pessoas que trabalham ou que se tratam naquele hospital. E nós fizemos aquela justa homenagem porque eles salvaram a vida da minha filha e sem ela eu não seria nada, minha família estaria destruída”.
Diagnóstico
Gabrielle deu entrada no HB com fortes dores na cabeça e dificuldade de falar. Ela foi diagnosticada com AVC que resultou em um edema cerebral. Por isso, de acordo com o pai, o cérebro dela aumentaria de proporção dentro da caixa craniana, e acabaria produzindo uma hipertensão intracraniana que poderia matar a garota.
Ela ficou 38 dias no hospital e, durante todo esse tempo, o pai permaneceu junto. Além do AVC, a garota teve outras complicações, como neumonia e meningite. Apesar de todos os prognósticos, Fábio acreditou na recuperação plena da filha.
“Na saída do hospital, a levaram de cadeira de rodas até a recepção, e na hora de ir para o carro eu falei pra ela tentar ir andando, e ela foi”, afirma.
Evolução inédita
O médico responsável pelo tratamento de Gabrielle decidiu que ela teria que fazer uma cirurgia para remover parte do osso craniano e permitir que o cérebro inchado se expandisse. A cirurgia foi um sucesso e o neurocirurgião Lucas Crociati Meguins conta que a recuperação de Gabrielle foi surpreendente.
“Realmente o que a gente viu foi inédito, ela teve uma evolução neurológica acima da média, ela voltou andar muito rápido. Eu esperava que ela fosse melhorar, mas não tão rápido assim, me surpreendeu muito”, diz o médico.
Mas a recuperação da menina ainda não terminou. A jovem ainda faz, duas vezes por semana, acompanhamento no Instituto Lucy Montoro, especializado para reabilitação física e neurológica.
“A Gabi tem um acompanhamento duas vezes na semana com sessões de terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicóloga e condicionamento físico”, explica o médico.
Fonte: G1 Rio Preto e Araçatuba