Os médicos tinham sido contratados para preencher as vagas abertas com a saída dos médicos cubanos em novembro do ano passado
O Médico José Ricardo da Costa atuava na Unidade Básica de Saúde da Família Dona Dalva Fernandes Moreda Ayusso, no bairro Campo Belo, em Olímpia (Foto:Divulgação/SMCS)
Onze dos 62 médicos brasileiros que assumiram unidades de saúde na região de Rio Preto por meio do programa Mais Médicos deixaram os atendimentos desde o início do ano. No total, dez das 33 cidades que contam com médicos do programa foram atingidas com as desistência. No País, até o início deste mês, 1.052 profissionais com registro no Brasil abandonaram as vagas.
As cidades de Cajobi, Ilha Solteira, José Bonifácio, Macaubal, Mendonça, Pindorama, Sebastianópolis, Monte Azul Paulista e Mirassolândia tiveram uma baixa cada uma. Em Mirassolândia a médica que deixou o programa era a única responsável pela atenção básica da rede pública do município. Com a saída dela 500 famílias ficaram com atendimentos prejudicados.
"Ela ficou um mês só e desistiu para ir fazer residência. Eu estou desviando alguns clínicos para esses atendimentos, mas são insuficientes", afirmou a secretária de Saúde, Paula Renata de Souza. A profissional era responsável por visitas familiares, atendimentos de pessoas em risco, acamadas e outras demandas de atendimento básico.
"Agora a gente está aguardando para ver se vai repor. Como fomos contemplado e o médico desistiu, agora ficamos sem o direito de repor", lamentou a secretária. Outra cidade da região prejudicada foi Olímpia. Dois dois cinco médicos do programa também deixaram os atendimentos para ir estudar residência.
O médico que atendia na Unidade Básica de Saúde da Família Dona Dalva Fernandes Moreda Ayusso, no bairro Campo Belo, se desligou em 1º de março. Já a médica que atendia na UBSF Dr. Custódio Ribeiro de Carvalho, no distrito de Ribeiro dos Santos, saiu na segunda quinzena do mês passado.
A Secretaria Municipal de Saúde da cidade afirmou que está remanejando os outros profissionais para evitar que os atendimentos sejam prejudicados. "O município, assim que comunicado do desligamento, realizou todos os trâmites necessários, solicitando a reposição das vagas para a Coordenação Nacional do programa Mais Médicos e aguarda providências", afirmou a nota.
No Brasil, 12% das 8.517 vagas abertas com o fim da parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estão sem médicos por conta da desistência de profissionais brasileiros com CRM nacional. Sobre a reposição, o MS afirma que "as vagas poderão ser ofertadas em novas fases do provimento de profissionais ainda em análise pelo Ministério da Saúde."
Verba
Nesta sexta-feira, 5, o Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial da União uma portaria que estende para seis meses o prazo de pagamento da verba de custeio repassada às unidades básicas de saúde que perderam profissionais do Mais Médicos.
A regra anterior cortava o repasse para o posto que ficasse sem médico por mais do que dois meses. Com a portaria, mesmo sem o médico, a unidade básica conseguirá receber a verba de custeio e outros financiamentos federais.
Fonte: Diário da Região