Andressa Breijas Molina disse ao júri que filho foi fruto de um estupro cometido pelo tio. Ela vai cumprir pena por homicídio qualificado na cadeia feminina de Tremembé.
Andressa chega para o julgamento em Rio Preto — Foto: Reprodução/TV TEM
A camareira Andressa Breijas Molina foi condenada a 24 anos, 10 meses e 20 dias de prisão em regime inicial fechado por matar o filho recém-nascido e ocultar o cadáver da criança.
O júri popular foi realizado no Fórum, nesta terça-feira (7), e durou cerca de seis horas. O caso foi registrado no dia 3 fevereiro de 2017, no Parque Industrial, em São José do Rio Preto (SP).
Segundo o Tribunal de Justiça do Estado, ela vai cumprir pena pelo crime de homicídio qualificado no presídio de Tremembé.
No banco dos réus, a mulher manteve a mesma versão apresentada para a polícia na época em que o crime foi descoberto. Ela afirmou que o filho era fruto de um estupro cometido pelo tio dela.
Com vergonha e sem coragem de dizer para os familiares, porque era ameaçada pelo suspeito, Andressa escondeu a gravidez. Para a advogada de defesa dela, que irá recorrer da sentença, Andressa cometeu infanticídio.
“Ela acabou cometendo o crime pelo estado em que estava. Ela não nega isso, mas sim a forma como foi praticado. Todos os traumas que ela viveu a levaram a tomar tal atitude. O infanticídio tem uma pena bem menor do que o homicídio”, afirma Marina Servo.
Já a promotoria afirmou que houve homicídio doloso qualificado, cuja pena pode chegar a 30 anos de prisão, além de ocultação de cadáver, que prevê pena de um ano.
“Nós entendemos que está comprovado o homicídio doloso e qualificado. A acusada agiu de forma cruel, nefasta e sem qualquer recurso para o bebê”, diz o promotor Marcos Antônio Lelis.
Ao todo, quatro testemunhas de defesa foram ouvidas pelos jurados. Um tio, uma tia e duas irmãs da acusada. Todos disseram que não sabiam da gestação da camareira e nem do suposto estupro. Eles não quiseram conceder entrevista à equipe da TV TEM.
Caso
Segundo a Polícia Civil, no dia do crime, Andressa Breijas Molina ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para dizer que estava com contrações e tinha entrado em trabalho de parto.
A ambulância foi até o local e a mulher entregou aos atendentes do Samu um saco plástico preto com a placenta e disse que a criança não havia nascido. Desconfiados, os socorristas acionaram a polícia.
Ainda de acordo com a corporação, ao entrar na casa, os policiais perguntaram sobre o bebê e a mulher disse que o havia jogado em um ralo.
A mãe ainda se recusou a deixar os policiais entrarem no quarto, mas a polícia forçou a entrada e encontrou o bebê morto, com um corte de faca no pescoço, debaixo da cama.Vizinhos afirmaram à reportagem da TV TEM que a mãe passou a faca no pescoço do recém-nascido com a equipe de resgate na frente da casa dela.
Ela foi levada para o plantão policial e presa em flagrante por homicídio e ocultação de cadáver.
A mulher disse à polícia que é homossexual e que a gravidez foi resultado de um estupro na família e que, por isso, teve esta atitude. Para as amigas dela, a suspeita disse que sua barriga estava grande devido a um mioma.
Fonte. G1