De acordo com a Polícia Civil, mãe e amiga dela foram presas provisoriamente por 30 dias em Bálsamo (SP). Criança permanece sob cuidados do Conselho Tutelar
Menino de 8 anos foi vítima de tortura em Bálsamo — Foto: Reprodução/TV TEM
O menino de 8 anos que foi obrigado a ficar ajoelhado sobre grãos de arroz enquanto comia arroz cru com óleo faz tratamento psicológico na escola por ser vítima de agressões constantes, de acordo com o delegado da Polícia Civil Jairo Garcia Pereira.
A mãe dele e a amiga foram presas provisoriamente por 30 dias na quinta-feira (30) suspeitas de tortura em Bálsamo (SP), interior de São Paulo.
“O menino está passando por tratamento psicológico na própria escola em que ele estuda em virtude das agressões que a mãe pratica. Ele já teria levado uma ‘surra’ e apanha constantemente. Então, tudo isso será apurado, mas me fez entender todo o contexto em que a criança está inserida”, diz o delegado.
De acordo com a Polícia Civil, a ação foi toda filmada pela amiga da mãe, que depois fez uma denúncia contra a mãe do menino no Conselho Tutelar.
Em seguida, o caso foi levado à polícia e investigadores identificaram, com base no vídeo, que a autora da denúncia foi quem cometeu a agressão e não a mãe.
Contudo, ao prendê-la, a polícia considerou que a mulher não tentou impedir os atos da amiga contra o filho. A criança está sob os cuidados do Conselho Tutelar.Investigação
Ainda segundo o delegado, as imagens em que o menino aparece demonstram claramente uma situação de tortura.
“A mulher que fez o vídeo foi presa pela imposição de um sofrimento físico e psicológico para a criança de 8 anos em decorrente de ameaça. Ao obrigar uma criança a ajoelhar e comer arroz cru com óleo fazendo ameaças, no meu entendimento, você comete tortura. A mãe dele foi levada para a delegacia porque simplesmente estava presente e não fez nada para evitar o crime“, afirma Jairo Garcia Pereira.
As duas confessaram ter cometido o crime durante depoimento na delegacia de Pindorama. A criança passou por um exame no Instituto Médico Legal (IML) para comprovar as agressões.
“Não tenho qualquer dúvida sobre as circunstâncias. Enquanto as suspeitas estiverem presas, vamos ouvir mais algumas testemunhas e analisar os celulares. O inquérito provavelmente pedirá a prisão preventiva delas para que ambas respondam o processo presas."
"O telefone que teria sido usado para gravar as imagens já está apreendido e vai ser solicitado uma ordem judicial para analisar o conteúdo dele”, explica o delegado.