"Será um gesto de solidariedade às famílias", diz governador; epicentro da doença no País, Estado tem 3.045 mortes e 37.853 casos confirmados
Governador João Doria durante coletiva de imprensa (Foto: Governo do Estado de São Paulo)
O Estado de São Paulo superou a marca de 3 mil mortes pelo novo coronavírus nesta quarta-feira, 6, e fez o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), decretar luto oficial pelo tempo que durar a epidemia. O balanço divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde mostra que o Estado, epicentro da doença no País, tem 3.045 mortes e 37.853 casos confirmados.
A taxa de isolamento no Estado ficou em 47% nesta terça e em 48% na capital paulista. O número está abaixo de 50% e vem preocupando o governo. A meta é de 60% e o ideal, para evitar o colapso do sistema de saúde, seria 70%.
Doria e o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, David Uip, afirmaram que não haverá condições de relaxar o isolamento social vigente no Estado caso esses números não sejam alcançados. "Infelizmente, não estamos atingindo essa meta", disse Doria.
O governador, entretanto, negou que o afastamento da meta tenha relação com o anúncio, feito por ele no último dia 22, de uma abertura econômica a partir do dia 10. Antes do anúncio, o isolamento ficou abaixo dos 50% em três datas. Após o anúncio, foram em nove dias.
Para o governador, o principal fator que estimulou a baixa adesão foi o presidente Jair Bolsonaro, que tem saído aos fins de semana e reunindo multidões em Brasília. Doria falou que Bolsonaro nega "a ciência e as orientações do isolamento" e dá "um péssimo exemplo aos brasileiros". "Apenas dois ditadores da Bielorrússia e o ditador da Nicarágua são contra o isolamento. E o presidente do Brasil", disse Doria.
na coletiva, Doria também afirmou que a Polícia Militar de São Paulo não fará a fiscalização do uso de máscaras nas ruas. O uso do material será obrigatório a partir desta quinta, 7, por determinação do governador. Na capital, o prefeito Bruno Covas (PSDB) publicou decreto determinando que essa atribuição ficaria com a PM, mas Doria disse que essa atribuição ficará a cargo das prefeituras. "Não estou preocupado nem com empatia nem com simpatia. Estou preocupado com vidas", disse o governador, ao comentar a resistência de prefeitos a adoção das medidas.
*Diário da Região