Lurdes Mázaro Serafim, de 70 anos, trabalha como catadora de recicláveis e presta serviços para moradores da região
Parte do imóvel foi destruído por incêndio em Rio Preto (Foto: Arquivo Pessoal)
Depois de ver a catadora de recicláveis Lurdes Mázaro Serafim, de 70 anos, ter parte da casa, móveis e objetos pessoais destruídos por um incêndio, um grupo de voluntários decidiu criar uma vaquinha online e uma rede de solidariedade para ajudá-la a recuperar tudo o que foi perdido.
As chamas atingiram o imóvel, localizado no bairro Estância Jockey Club, em São José do Rio Preto (SP), no dia 15 de maio. O que deu início ao incêndio ainda permanece desconhecido, mas a Polícia Civil investiga o caso.
Dona ‘Lurdinha’, como é carinhosamente chamada pelos conhecidos, mora no bairro há mais de 15 anos e presta serviços para os moradores da região.
A iniciativa de criar ‘uma corrente do bem’ para ajudá-la partiu da advogada Crycia Bartolomei e do funcionário público José Rodolfo Biagi Mussi.
“Ela ficou realmente triste com tudo o que aconteceu. Decidimos tentar ajudar e entramos em contato com algumas pessoas. Estamos vivendo uma época complicada por conta do coronavírus, e ela é uma pessoa muito simples”, diz Rodolfo.
Em entrevista, a advogada explica que construtores analisaram a situação e disseram que gastariam R$ 30 mil para reconstruir as partes do imóvel, que ainda está com algumas paredes em pé. “Esse valor é sem as doações, mas depende muito dos materiais que serão utilizados na construção”, diz Crycia.
Para tentar arrecadar os R$ 30 mil, uma vaquinha online foi criada. Até a noite desta terça-feira (19), R$ 7 mil já haviam sido doados. Não foi criada uma meta, mas se o valor arrecado ultrapassar o necessário para reconstruir a casa, a quantia também será doada para outras pessoas que precisam.
Além de Crycia e José, os voluntários Criss Ferreira, Gislaine Bartolomei, Larissa Oliveira, Eric Carvalho Martins, Marcela Bueno Carvalho, Edinei Rosa Florencio, Breno Baldin e José Luís de Lima integram a ‘rede solidária’. No entanto, outros voluntários também já ajudaram.
Segundo a advogada, sacos de cimento, pedras, vaso sanitário, janelas, camas, alimentos, roupas, itens de higiene e outros materiais de construção já foram doados. Contudo, o grupo ainda precisa de mais doações como, por exemplo, portas, tijolos, fiação, cal, areia fina, geladeira, armário de cozinha, lâmpadas, entre outros itens.
Um eletricista, um ajudante de pedreiro e um construtor já se ofereceram para trabalhar no imóvel da idosa de forma voluntária. “As pessoas realmente se sensibilizaram com a situação e começaram a nos ajudar”, conta Rodolfo.
Atualmente, a catadora de recicláveis está morando de favor na chácara de Maria Eliza de Oliveira Bartolomei, avó da advogada que teve a iniciativa de ajudá-la. Porém, logo vai poder voltar a morar com o filho.
“Por enquanto, ainda estamos limpando os entulhos, que permaneceram no local. Em seguida, veremos o que realmente precisará ser feito ou refeito”, afirma Crycia.
*G1.com