Depois de fazer política municipal por 50 anos chega um momento em que me considero no direito de hibernar na política municipal, não nos artigos. Aqui em Votuporanga, tem outro companheiro que estivemos juntos por toda essa jornada, o ex-prefeito Dalvo Guedes. Penso que chega a hora de que, mais que ficarmos palpitando em reuniões sem fim, podermos passar aos jovens um pouco do que vivenciamos. Se aprendemos não sei, porém, bem intencionados sempre fomos. Sobre estes 50 anos, escreverei em artigos oportunos, pois, existem boas histórias nesta trajetória.
De minha parte prefiro, neste momento, passar aos mais jovens e iniciantes em política algumas coisas que entendo importantes. A primeira é que, sem dúvida, mesmo que alguns ainda “forcem a barra”, acabou-se o tempo do coronelismo. Uma outra é que o bom político tem que se dar ao respeito e jamais perder o contato com o povo. Político de gabinete e de rodinhas fechadas é um desastre.
Também, e aqui, como político ou não, sempre acompanhado por um punhado de bons votuporanguenses, pregamos a união da cidade, a educação política e o respeito mútuo. Isto deu resultados, frutificou e permitiu que a cidade atingisse o estágio em que se encontra. E, ao mesmo tempo que pregávamos e conseguíamos esse objetivo, sempre lutamos para que a cidade não tivesse “donos”. Por isso é bom que a população e os jovens e iniciantes em política tenha sempre em mente que quando aparecer “algum por ai”, que pretenda agir assim, é sinal que está na hora desse cidadão ser alertado de sua prepotência. Queira Deus que isto não aconteça. Jamais, ao trabalharmos em conjunto para a união e pacificação da cidade, devemos entender que ela deva ser submetida aos interesses de quem quer seja, pois, ou o político está ai para cuidar de causas públicas ou de seus interesses. Pensando bem, se for o último caso (interesses), esse “cara” não interessa a cidade.
Uma outra coisa muito importante é todos saberem que algumas conquistas e evolução das mesmas, muitas vezes demandam anos de paciência. Nada acontece do dia para a noite. Vejam o caso do CSU. O Luiz de Haro trabalhou por sua conquista, o deputado Aureo também, e o governador Paulo Egydio nos concedeu. O Pedrão tentou bastante o que, nesta semana, esse moço nascido em Votuporanga que é o Carlão, que aprovou um projeto e depois foi lá, junto do Juninho e de outros companheiros, conseguiu que o Governador Alkmin sancione a lei transferindo o CSU para a Prefeitura Municipal. Ponto para o deputado Carlão que não alardeou nada antes e aparece agora com o fato praticamente consumado.
Por sinal, me faz lembrar outro fato. O Sr. Orlando Mastrocola foi presidente do IBC, ganhamos os armazéns e deixo uma pergunta contemporânea: Não seria o caso de o Dado trabalhar para que o Governo Federal, que tem muitas boas obras por aqui, transfira aquela área para a cidade? Caso já tenha tomado as iniciativas, melhor ainda e parabéns.
Mas, é isso ai meus ilustres leitores, façamos como o João Nucci sempre dizia: “Sou prefeito de Votuporanga e é por aqui que tenho de trabalhar e manter a população pacificada”.
Pois é, mais que nunca, vamos todos tendo a certeza que política só deve ser feita por gente séria e que não morra de ciúmes, que seja verdadeiro e amigo do povo, não só de seu umbigo.
Acredito que em Votuporanga seja assim. Quem não for que se explique.
*Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados