Ela defende que o movimento apelidado por especialistas e imprensa como “primavera feminina”, em alusão à Primavera Árabe – onda de manifestações e protestos ocorridos no Oriente Médio e no Norte da África, a partir do final de 2010 – não tem volta.
“Essa estação não vai acabar e vai virar verão. A partir do momento que temos mais mulheres se reconhecendo feministas, atentas a essas causas sociais, se posicionando e lutando pelos seus direitos, não tem retorno. Alguns dizem que é uma onda do feminismo. Mas a onda passa. Acredito que não isso não vai passar”.
Para ela, as questões centrais dos debates são as mesmas do feminismo de sempre, mas agora ganharam espaço. “Uma vez que você expande o território feminino de conquistas e poder, ninguém vai tirar o que alcançamos, por exemplo, não vão voltar atrás ao nosso direito ao voto.”
Luíse conta que teve uma criação tradicional. “Sofrendo influências da mídia, de beleza: 'você tem que ser magra, malhar, trabalhar, ser mãe e esposa'”. Ela diz que não se identificava feminista, mas apoiava as demandas. “A gente pensa que, para ser feminista, tem que participar de um movimento ou fazer alguma coisa. E não é isso. Se você concorda que homens e mulheres devem ter direitos iguais na sociedade, você é feminista.”
Aos 26 anos, ela avalia que “se tornar” feminista a ajudou a entender seu papel na sociedade. “Me ajudou a entender que eu traço o meu destino e posso fazer minhas escolhas sem ser julgada. Eu tenho direitos, liberdade de viver minha vida, escolher minha profissão, usar meu cabelo como quiser, ter o corpo que tiver, e não ser obrigada a viver de acordo com padrões. E estar bem assim.”.
Fonte: Agência Brasil