O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou nesta
quarta-feira (16) o convite da presidente Dilma Rousseff e assumirá a Casa
Civil.
O acerto foi fechado em reunião no Palácio da Alvorada, que
teve as presenças também dos ministros Nelson Barbosa (Fazenda) e Jaques
Wagner, que deixará o comando da Casa Civil e será chefe de gabinete de Dilma.
Com isso, o petista comendará o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social,
chamado de Conselhão.
A informação foi dada pelo líder do PT na Câmara, Afonso
Florence (BA), e pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
O ex-presidente se encontrou com Dilma e Wagner para tomar
um café na manhã desta quarta.
A nomeação deverá ser acompanhada da entrada de um time no
governo Dilma, uma condição imposta por Lula para aceitar o convite da
presidente e assumir uma pasta do governo.
Entre os nomes que Lula gostaria de levar para o governo
está o de Celso Amorim para Relações Exteriores. Não está descartada a
substituição de Aloizio Mercadante, na Educação. Outros nomes, como o de Ciro
Gomes, são ventilados por petistas.
Nas conversas, Lula alega que de nada valerá sua chegada ao
governo sem a montagem de uma equipe que sinalize para mudanças, inclusive na
política econômica.
Esta última condição que seria apresentada por Lula preocupa
não só o mercado como interlocutores do ex-presidente no empresariado, pelo
receio de demandar medidas como venda de reservas internacionais, queda forçada
dos juros e liberação de mais crédito na economia.
Uma guinada na condução política do país justificaria sua
presença na Esplanada dos Ministérios e afastaria a tese de que só pretenda
escapar da prisão. Investigado na Operação Lava Jato, Lula, sendo ministro,
terá foro privilegiado e sua prisão teria que ser autorizada pelo STF (Supremo
Tribunal Federal).
A decretação de prisões cautelares é mais fácil na primeira
instância.
Fonte: Folha de S.Paulo