Governo excluiu serviços da lista de essenciais e instituiu toque de recolher das 20h às 5h; medidas devem permanecer até 30 de março
Fase Emergencial, com medidas mais restritivas que a Fase Vermelha, passa a valer no Estado a partir desta segunda-feira (15) (Foto: Governo do Estado de São Paulo)
A fase emergencial, que prevê regras mais rígidas de funcionamento da fase vermelha da quarentena, entrou em vigor nesta segunda-feira (15) em todo o estado de São Paulo e deve permanecer até o dia 30 de março.
Pela nova regra, ficam suspensas atividades religiosas como cultos, missas, além de todos os eventos esportivos, como jogos de futebol.
Alguns setores que tinham autorização para funcionar durante a fase vermelha foram proibidos de operar até o final do mês, como lojas de materiais de construção.
Foi determinado ainda o teletrabalho para todos os setores não essenciais. O governo estima que a mudança irá evitar a circulação de mais quatro milhões de pessoas.
A gestão do governador João Doria (PSDB) instituiu o "toque de recolher". A medida é similar a que já estava em vigor, mas inicialmente denominada de "toque de restrição".
O governo afirma, porém, que a mudança não é apenas simbólica: irá intensificar a fiscalização do tráfego, com aumento de operações da Polícia Militar nas ruas e a possibilidade de interpelar as pessoas nas ruas e orientar a voltarem para casa.
Veja abaixo que muda com a fase emergencial:
Novas restrições
- Atividades religiosas, como missas e cultos, não podem mais ocorrer presencialmente, mas igrejas permanecem abertas.
- Campeonatos esportivos profissionais, como jogos de futebol, ficam suspensos.
- Lojas de material de construção não poderão abrir.
- Teletrabalho passa a ser obrigatório para todas atividades administrativas não essenciais.
- Comércios não essenciais, como lojas de roupas e restaurantes, não poderão operar com serviço de retirada presencial, apenas delivery (24 horas) ou drive-thru (das 5h às 20h).
- Fica proibido o uso de parques e praias em todo o estado.
- Toque de recolher passa a ser das 20h às 5h em todo o estado.
- Os recessos de abril e outubro na rede estadual serão antecipados.
Novas recomendações
- Sugestão de escalonamento do horário de entrada de funcionários da indústria (das 5h às 7h), do comércio (das 9h às 11h) e do setor de serviços (das 7h às 9h) para evitar aglomerações no transporte público.
- Uso de máscara em ambientes internos, inclusive entre familiares de residências diferentes.
- Redução das atividades presenciais nas escolas ao mínimo possível.
O que pode funcionar na fase vermelha emergencial
- Escolas abertas apenas para oferta de merenda
- Hospitais, clínicas, farmácias, dentistas e estabelecimentos de saúde animal (veterinários).
- Supermercados, hipermercados, açougues, lojas de suplemento, feiras livres.
- Delivery e drive-thru para padarias das 20h às 5h; no restante do dia, funcionamento normal.
- Delivery para bares, lanchonetes e restaurantes.
- Cadeia de abastecimento e logística, produção agropecuária e agroindústria, transportadoras, armazéns, postos de combustíveis.
- Empresas de locação de veículos, oficinas de veículos, transporte público coletivo, táxis, aplicativos de transporte, serviços de entrega e estacionamentos.
- Serviços de segurança pública e privada.
- Construção civil e indústria.
- Meios de comunicação, empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens.
- Outros serviços: lavanderias, serviços de limpeza, hotéis, manutenção e zeladoria, serviços bancários (incluindo lotéricas), serviços de call center, assistência técnica e bancas de jornais.
Escolas
O gestão estadual manteve a educação como serviço essencial, mas recomendou que a prioridade seja para o ensino remoto.
Na rede estadual, as unidades ficarão abertas apenas para oferta de merenda e distribuição de material, que deverá ser feita por meio de agendamento prévio, uma vez que o governo decidiu antecipar os recessos de abril e outubro para o período de 15 a 28 de março, sem prejuízo do calendário escolar.
Escolas privadas poderão adotar outra medida, desde que não recebam alunos presencialmente.
Mortes à espera de UTI
Apesar da fase vermelha, a situação no estado se agrava a cada dia.
Levantamento feito pelo G1 aponta que ao menos 60 pacientes com Covid-19 morreram na fila de espera por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no estado de São Paulo no mês de março.
As mortes de pacientes que aguardavam liberação de leitos intensivos ocorreram em cidades localizadas na Grande São Paulo e no interior do estado.
*Com informações do G1