Para visualizar a notícia, habilite o JavaScript na página!
Impressão bloqueada!
Para compartilhar esse conteúdo, por favor utilize o link http://www.acidadevotuporanga.com.br/geral/2024/04/desafios-e-potencialidades-das-pessoas-com-autismo-no-mercado-de-trabalho-n79839 ou as ferramentas oferecidas na página. Se precisar copiar trecho de texto para uso privado, por favor entre em contato conosco pelo telefone (17) 3422-4199 ou pela nossa central de atendimento: http://www.acidadevotuporanga.com.br/atendimento/fale-conosco
Geral
Desafios e potencialidades das pessoas com autismo no mercado de trabalho
A série Caminhos do Espectro entra hoje no assunto do diagnóstico tardio e como os jovens têm se adaptado para a entrada no mercado de trabalho
Com a continuidade da série “Caminhos do Espectro” hoje a redação mergulhou em um assunto pouco escutado, até então. Como as pessoas com autismo entram e se sentem incluídas dentro de um emprego. Mesmo com uma sociedade mais inclusiva, o mercado de trabalho ainda se apresenta como um campo de batalha para a igualdade de oportunidades.
Para as pessoas com autismo, essa batalha é muitas vezes mais árdua, com uma série de desafios únicos a cada um que busca batalhar na coletividade. A psicóloga Elaine Fogaça é quem fala sobre o assunto para a série, ela trabalha com jovens autista que querem se inserir no mercado.
Os desafios da inserção O início da trajetória de toda pessoa com autismo é sempre um grande desafio, principalmente porque a comunicação é uma das áreas mais impactadas, como explica a psicóloga. As maiores adversidades, no entanto, são as dificuldades verbais e não verbais, que podem dificultar a interação e compreensão no ambiente profissional. Além disso, as habilidades sociais e a compreensão das normas sociais podem ser um obstáculo em ambientes que exigem interação intensa.
As sensibilidades sensoriais também desempenham um papel crucial nesse processo. Segundo Elaine, os estímulos sensoriais intensos, como barulho e luzes, podem ser perturbadores para pessoas com autismo, afetando seu desempenho e bem-estar no trabalho.
A flexibilidade e adaptação também são áreas de desafio para a pessoa que está se inserindo no seu primeiro emprego. A rigidez cognitiva e a dificuldade em lidar com mudanças podem dificultar a adaptação a novas tarefas e ambientes de trabalho.
“Para superar esses desafios, é fundamental promover ambientes de trabalho inclusivos, oferecer treinamento e conscientização sobre o autismo, adaptar o ambiente de trabalho conforme necessário e fornece suporte individualizado para as pessoas com autismo”, relatou ela.
Estratégias Para promover a inclusão efetiva, as empresas podem adotar várias estratégias. A sensibilização e treinamento sobre o autismo, segundo ela, são importantes para criar um ambiente compreensivo. “A adaptação do ambiente de trabalho, como a redução de estímulos sensoriais e a disponibilização de espaços tranquilos, pode ajudar as pessoas com autismo a se sentirem mais confortáveis e produtivas”, completou ela.
A flexibilidade nas tarefas e horários também é crucial para atender às necessidades individuais. Políticas inclusivas de recrutamento e seleção também são essenciais para garantir oportunidades iguais para candidatos com autismo.
“Programas de mentoria e apoio, bem como a criação de redes de suporte, podem proporcionar um ambiente de apoio e compartilhamento de experiências”, explicou Elaine.
As potencialidades Elaine explica que apesar dos desafios, as pessoas com autismo trazem uma série de habilidades e potencialidades únicas para o ambiente de trabalho. A atenção aos detalhes, o pensamento analítico, a criatividade e a persistência são apenas algumas das qualidades que podem enriquecer uma equipe de trabalho.
“Muitas pessoas com autismo têm uma capacidade extraordinária de prestar atenção aos detalhes, o que pode ser extremamente valioso em trabalhos que exigem precisão e minúcia”, relatou. O autismo, conforme explica a psicóloga, está muitas vezes associado a um pensamento analítico e sistemático, o que pode ser vantajoso em áreas como análise de dados, programação, engenharia e outras disciplinas que requerem raciocínio lógico e estruturado.
Além disso, algumas pessoas com autismo têm a capacidade de se concentrar intensamente em tarefas específicas, mantendo um alto nível de foco por períodos prolongados, o que pode ser benéfico para projetos que exigem atenção contínua.
“O autismo também pode estar associado a formas criativas e não convencionais de pensar, o que pode trazer novas perspectivas e soluções inovadoras para desafios no ambiente de trabalho”, completou.
‘Posso ser a pessoa que eu sempre quis ser’, diz jovem após diagnóstico e início do emprego
O jovem Kaique Vieira Quaresima, de 21 anos, há um ano descobriu em si mesmo uma nova perspectiva de vida, após receber o seu diagnóstico como TEA (Transtorno do Espectro Autista), grau 1. Em meio a sua descoberta, o jovem com autismo também encontrou com um pouco de sua identidade e também o sucesso no mercado de trabalho.
Kaique disse que desde muito cedo percebeu que tinha características dele que não se encaixavam em um diagnóstica de uma pessoa ‘normal’. "Sempre tive características de TEA, mas nunca conseguimos ligar o meu jeito de ser com o transtorno até a minha psicóloga dar a ideia", conta ele.
O diagnóstico veio após uma série de testes com uma neuropsicóloga, o que trouxe clareza sobre muitas questões que o jovem sempre enfrentou. Desde então, Kaique tem trilhado um novo caminho, especialmente no mercado de trabalho. Ele se encontrou um emprego no setor do Almoxarifado da empresa Facchini, um trabalho que tem lhe proporcionado uma nova perspectiva.
“Sempre tive dificuldades com certos ambientes de trabalho, principalmente no que se deve aos meus estímulos sensoriais”, explica.
No entanto, após ser realocado para um ambiente mais adequado, Kaique tem se sentido muito mais confortável e capaz de desempenhar suas funções com sucesso. "Agora me vejo bem melhor do que antes, me sinto uma nova pessoa após ser tratado, já sei lidar com o meu jeito de ser. Eu diria que sou uma nova pessoa se considerarmos o meu 'eu' passado", reflete Kaique.
Questionado sobre seus planos para o futuro, Kaique ele revela ter se encontrado. "Ser a pessoa que eu sempre quis ser, me formar em uma boa universidade, talvez montar uma família?”, disse. A história do jovem Kaique é um exemplo de como o diagnóstico e o tratamento adequado podem abrir portas e proporcionar uma nova visão de vida para pessoas com autismo.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
Endereço da notícia: www.acidadevotuporanga.com.br/geral/2024/04/desafios-e-potencialidades-das-pessoas-com-autismo-no-mercado-de-trabalho-n79839
Para compartilhar esse conteúdo, por favor utilize o link {{link}} ou as ferramentas oferecidas na página. Textos, fotos, artes e vídeos do jornal A Cidade estão protegidos pela legislação brasileira sobre direito autoral. Se precisa copiar trecho de texto para uso privado, por favor entre em contato conosco pelo telefone (17) 3422-4199 ou pela nossa central de atendimento: http://www.acidadevotuporanga.com.br/atendimento/fale-conosco