Francisca Simara Sousa Gomes sumiu no dia 28 de julho de 2002 em Votuporanga; a esperança da mãe segue viva após tantos anos
Francisca Vilani Souza Santos, de 42 anos, segura a foto da filha quando tinha 8 anos, idade em que desapareceu em Votuporanga (Foto: Arquivo Pessoal)
Aline Ruiz
Dezesseis anos após o desaparecimento de Francisca Simara Sousa Gomes em Votuporanga, a mãe da menina que na época tinha 8 anos diz manter a esperança de encontrar a filha viva. “Ainda espero o telefone tocar”, desabafou Francisca Vilani Souza Santos, de 42 anos, que chegou a ir até São Paulo participar de um grupo de crianças desaparecidas a fim de encontrar Francisquinha, como é carinhosamente chamada. Para o A Cidade, ela falou sobre como lida com a ausência da filha, as investigações da polícia, as buscas e dúvidas que ainda cercam o caso.
O desaparecimento de Francisquinha estava sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher. A delegada responsável pela DDM atualmente, Edna Rita de Oliveira Freitas, revelou que o caso foi dado como encerrado e foi encaminhado para a 4ª Vara do Fórum da Comarca de Votuporanga.
DramaHoje, além de completar 16 anos do desaparecimento de Francisquinha é também o dia em que a menina completaria 24 anos. A mãe fala com tristeza sobre a data, mas ressalta que o que a mantém firme é a esperança. “Todo dia eu sinto uma tristeza muito grande de não saber onde está a minha filha, mas algo me diz que ela está viva em algum lugar”, disse.
A mãe ainda contou para o A Cidade que faz orações todos os dias pedindo para que consiga ver a sua filha de novo. “Já fui para Fortaleza, na Praça da Sé e em todos os lugares que pude. Até hoje não tive uma notícia dela. Tudo o que apareceu não eram histórias verdadeiras”, lamentou.
Francisca não mora mais na casa em que a filha foi vista pela última vez, na rua Das Bandeiras. Hoje ela vive com dois de seus filhos e o seu marido na rua São Paulo. Os outros dois filhos de Francisca moram em Fernandópolis. “Todo mundo da família tem es-perança da Francisquinha voltar, se alguém tiver notícias, por favor, entre em contato pelo 98139-7860”, pediu.
FéO que faz Francisca acordar todos os dias e encarar a dura realidade é a fé que ela tem em Deus. “Ele quem me dá forças, eu rezo todos os dias e continuo em busca de respostas. Em setembro deste ano vou mais uma vez para São Paulo, onde participo do projeto Mães da Sé com mulheres de todo o país. Ficamos na Praça da Sé com cartazes que mostram os rostos dos nossos filhos desaparecidos, muitas mães já conseguiram um resultado fazendo isso, a minha esperança é a última que morre, por isso continuo participando do projeto e indo aos encontros todos os anos”, contou.
Francisca conta que sonha todos os dias em reencontrar a filha. “Todo dia ela está presente no meu pensamento, peço para a pessoa que levou ela de mim que me mande notícia. Eu tenho certeza que ela está viva e vou lutar enquanto eu viver pela volta da minha filha”, completou.
ProjeçãoEm fevereiro de 2012 uma projeção da Francisquinha aos 18 anos de idade foi divulgada pela Polícia Civil de Votuporanga. A imagem é mais um artifício ao qual o setor de investigações recorreu na tentativa de encontrar a garota, mesmo dez anos depois. A foto de Francisquinha, já na maior idade, foi uma solicitação da Polícia Civil para o departamento especializado do órgão, em Brasília.
Relembre como tudo aconteceuO sumiço foi registrado às 18h52 do dia 28 de julho de 2002, mesmo dia do aniversário da menina. Francisquinha nasceu em Boa Viagem-CE e quando desapareceu tinha 1,20m, olhos e cabelos na cor castanha clara. Ela trajava uma saia de crochê azul e chinelo vermelho. Na última vez que foi vista, estava cruzando a avenida Antônio Augusto Paes em direção à casa onde morava, na rua Das Bandeiras. Moradores das redondezas não avistaram nenhum suspeito. Até hoje ninguém nunca mais viu ou ouviu falar de Francisquinha.