Dois jovens foram flagrados com mais de 30 pipas e carreteis com linhas chilenas e cerol na região Oeste da cidade
Jovens foram flagrados na região oeste de Votuporanga com mais de 30 pinas e carreteis com linhas chilenas ou cerol (Arquivo pessoal)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Atendendo a uma série de denúncias de vários munícipes preocupados com a segurança na região Oeste da cidade, em razão da constante aglomeração de jovens que estariam soltando pipas com linhas chilenas ou cerol, a Polícia Militar de Votuporanga intensificou a fiscalização e flagrou neste fim de semana dois jovens com mais de 30 pipas e linhas cortantes. Eles foram autuados em flagrante.
O problema não é de hoje, porém foi intensificado durante a quarentena, já que com a suspensão das aulas, crianças e adolescentes estão ficando mais em casa. Porém, se engana que apenas menores estão envolvidos nessa brincadeira perigosa. Todos os dias dezenas de jovens e adultos organizam uma espécie de “campeonato”, na região do Pacaembu, de quem corta mais pipas.
“Não são só crianças não, tem muito marmanjo barbado que vai lá até com protetores nos dedos. Eles ficam todos aglomerados ali, o que já é perigoso por causa do coronavírus, e disputando quem vai cortar a pipa de quem, quem corta mais pipas, enfim. Nada contra quem solta pipa, mas isso tem que ser feito com responsabilidade. Já estamos cansados de ver e ouvir falar sobre acidentes graves e até de pessoas que perderam as vidas por causa dessa ‘brincadeira’ perigosa”, disse Ademilson Silva, morador do bairro.
Fiscalização
De acordo com o comandante da 3ª Companhia da Polícia Militar de Votuporanga, capitão André Navarrete, a corporação está com uma fiscalização direta nos locais denunciados,
“Temos recebidos algumas denúncias e intensificamos a fiscalização para tentar coibir. As unidades estão buscando identificar não só quem solta, como também que está comercializando e gerenciando esses encontros. Quando a pessoas é flagrada, há dois tipos de ocorrência a primeira é quando ela já está soltando, onde é enquadrado em periclitação de vida e é encaminhado para o DP e o segunda é quando o indivíduo é apenas flagrado com o material, então nesse caso é feita apenas a apreensão”, afirmou Navarrete.
O militar disse ainda que conta com o apoio da comunidade para identificar os fornecedores. As denúncias podem ser feitas via 190.
“Quem tiver qualquer informação tanto de pessoas empinando pipa com cerol, quanto comercializando esse tipo de material, a gente pede para que nos informe, pois assim conseguimos identificar e obter uma maior efetividade na ação”, concluiu.
Vítima
Em 2010 uma mototaxista votuporanguense teve ferimentos depois que uma linha de pipa com cerol enroscou em seu pescoço. Keli Cristina da Silva, que tinha 21 anos na ocasião, estava buscando um cliente quando no cruzamento das ruas Olímpio Formenton e José Nésio de Oliveira, enroscou a linha em seu pescoço.
“Não notei que um garoto estava soltando pipa. Senti a linha me machucar e só depois de um trecho, consegui parar a moto e soltar a linha”, disse, em entrevista ao jornal
A Cidade.
À época houve uma grande mobilização contra a prática e um projeto chegou a ser protocolado na Câmara municipal para proibir a brincadeira, mas acabou sendo retirado de pauta dias depois.
Em 2013, outro acidente voltou a suscitar a causa. Uma motociclista teve o pescoço cortado por uma linha de cerol. De acordo com o boletim de ocorrência, depois de sentir o pescoço arder, a mulher parou a moto e ao constatar o corte, se dirigiu a um hospital mais próximo.
Depois de passar pelo atendimento, a vítima acionou a polícia que encontrou no local do acidente dois adolescentes, um de 14 e outro de 16 anos soltando pipa com linhas de cerol, e ainda com o material utilizado para fazer a composição. Ambos foram conduzidos à Central de Flagrantes da Polícia Militar e o material apreendido.
O delegado registrou o ato infracional. Os menores de idade só foram liberados com a presença dos pais. Os responsáveis se comprometeram a comparecer no Fórum perante o juiz.