Ele era um dos responsáveis pela distribuição de entorpecentes a outros traficantes da cidade, mas acabou preso e condenado
O traficante disse que comprou uma caixa de som e não sabia que ela estava recheada de maconha, mas não convenceu o juiz (Divulgação Polícia Civil)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotruporanga.com.br
Um traficante que atuava como “atacadista” em Votuporanga foi condenado anteontem pela Justiça a mais de sete anos de prisão após ser flagrado em uma operação da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) em maio deste ano. A droga estava escondida em uma caixa de som e ele disse que a comprou sem saber que ela estava recheada.
De acordo com os autos do processo, a Polícia Civil tomou conhecimento de que J.V.C. estaria adquirindo grandes quantidades de drogas em outras cidades e distribuindo Votuporanga e região. Após os procedimentos de investigação, os agentes montaram campana e presenciaram ele revendendo a droga a outros traficantes e na manhã do dia seguinte realizaram a abordagem.
No quarto do acusado, encontraram, dentro de caixa de som, nove tabletes de maconha, que pesaram juntas pouco mais de sete quilos, uma das porções estava “com uma inscrição já a caneta, o que sugere que essa droga seria encaminhada a um provável comprador, a um outro traficante, que seria uma amostra da droga”.
Diante do flagrante ele foi detido e autuado por tráfico de drogas. Sua defesa tentou desqualificar a operação policial ao afirmar que houve invasão ao imóvel do traficante sem ordem judicial, mas não convenceu o juiz responsável pelo caso, Jorge Canil.
“Os policiais civis demonstraram firmeza e objetividade, enfatizando que o comportamento do acusado vinha sendo objeto de investigação. Asseveraram, ainda, sob compromisso, ter presenciado a venda de entorpecente. A urgência está caracterizada, porquanto o réu estaria em plena traficância, expondo a intenso risco a saúde de número indeterminado de pessoas. Conclui-se que o flagrante decorreu de árduo trabalho preambular, justificando a intervenção estatal em benefício da comunidade, que não é obrigada a conviver com mercadores da morte, da destruição de pessoas e de famílias, em escala alarmante”, disse o magistrado.
Em juízo J.V.C. ainda tentou negar a traficância, alegando que adquiriu a caixa de som onde a droga estava escondida sem saber que ela estava recheada e que não vendia tampouco usava entorpecentes.
“Escusa arquitetada beirando a infantilidade, na esperança de ludibriar o juízo. Sua versão não merece ser acolhida, porque sem respaldo nas provas, consistindo em verdadeiro atentado contra a lógica, contra as provas coligidas, contra as circunstâncias de sua prisão, contra o bom senso e a razoabilidade. Servidores públicos, no cumprimento do dever legal, não teriam motivo para prejudicar ninguém, forjando acusações contra inocentes. A situação de traficância é nítida, delineada pelo grande volume de maconha que armazenava em seu quarto”, concluiu o juiz ao condená-lo a sete anos de prisão em regime fechado.