A sentença foi proferida nesta sexta-feira, 7, pela juíza de Rio Preto Luciana Cochito
Laudos apontam que a queda foi determinante para a morte de Élio
A Justiça de Rio Preto condenou a dona de casa Rosinei Pena Pontão das Neves a 5 anos e 4 meses de reclusão pela morte do pai, Élio Pontão, à época com 86 anos, em agosto de 2019. A sentença foi proferida nesta sexta-feira, 7, pela juíza Luciana Cochito, da 1ª Vara Criminal. O regime definido foi o semiaberto.
Rosinei foi denunciada por lesão corporal seguida de morte contra ascendente. Moradora do bairro Laureano Tebar, ela foi flagrada por vizinhos agredindo o pai idoso, que era cuidado por ela.
Testemunhas contam que Rosinei estava irritada com o pai, que momentos antes tinha pisado sem querer no cimento fresco do prédio onde moravam. Enquanto caminhava pela rua com o idoso, que dependia de bengala, ela o empurrou, fazendo com que o aposentado caísse de rosto.
Laudos apontam que a queda foi determinante para a morte de Élio, ocorrida quatro dias depois do fato, na Santa Casa de Rio Preto.
Trecho da sentença diz que “a prova oral e as imagens das câmeras de segurança comprovam que a ré saiu do condomínio agredindo a vítima e, embora não haja testemunhas presenciais da queda, a ré no local dos fatos afirmou que havia empurrado a vítima e esta, mesmo caída e lesionada, continuava a ser agredida por ela. Aliás, as lesões suportadas pela vítima não se coadunam com um simples tropeço”.
Um morador do condomínio afirmou durante audiência que “deparou-se com a acusada gritando com o pai, vindo a saber que o idoso tinha pisado no cimento molhado. A acusada, que estava bem alterada, puxou o idoso até um tanque, onde, de forma grosseira, levantou suas pernas para lavá-la”.
Outra testemunha, que telefonou para a Polícia Militar no dia do crime, afirmou ter ouvido Rosinei dizer "ele é meu pai, eu empurrei ele e ele caiu no chão, eu não aguento mais cuidar dele, eu não quero mais cuidar dele, ele dá muito trabalho, ele fez muito mal para minha família, estava distante e agora voltou para eu cuidar dele".
Tanto na fase de investigação, realizada pela Delegacia do Idoso, quanto na fase processual, Rosinei negou ter empurrado o pai e argumenta que ele sofreu uma queda acidental.
A juíza permitiu que ela recorra da sentença em liberdade.