Animais estavam soltos e mataram outro cachorro antes de atacarem o votuporanguense; militar atirou e matou o cão
Animais foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros e levados para o CPVA após os ataques (Foto: Arquivo pessoal)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
Uma ação conjunta entre a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros de Votuporanga evitou que um idoso fosse morto após o ataque de dois cães da raça pitbull. O fato se deu na manhã de domingo (9) e antes de investirem contra o votuporanguense, os animais já haviam matado outro cachorro na região do Parque São Pedro, próximo à sede da Apae.
Conforme apurado pelo
A Cidade, a polícia foi acionada após diversos moradores relatarem que os cães eram perigosos e estavam soltos pelas ruas do bairro, colocando em risco os pedestres. O Corpo de Bombeiros e unidades da PM foram deslocadas para a área e encontraram os cachorros andando pelas ruas depois de terem matado um outro cachorro de menor porte.
Os militares pediram, então, para que todos os moradores da redondeza fossem para dentro de suas casas e iniciaram os procedimentos para a captura dos animais, quando, sem saber do que estava acontecendo, Valdecir Gomes Nogueira, de 65 anos, acabou saindo de sua residência e foi atacado.
O idoso ainda tentou correr, mas foi alcançado por um dos pitbulls, que o mordeu na barriga e próximo ao pescoço, momento em que um dos policiais atirou contra o animal para cessar os ataques. Atingido, o cão largou a vítima, que foi imediatamente socorrido para a Santa Casa de Votuporanga.
Em nota, o hospital informou que Valdecir deu entrada no Pronto Socorro neste domingo, às 8h08, vítima de mordedura de cachorro. Ele passou por atendimento e recebeu alta às 11h44 de domingo.
Ocorrência
Após o ocorrido, o caso foi apresentado na Central de Flagrantes e o dono dos pitbulls será indiciado pela falta de cautela no cuidado com animais. Os dois pitbulls foram regatados e levados para o Centro de Zoonoses. O cão baleado passou por cirurgia, mas acabou não resistindo e morreu. Já o outro seguiu sobre custódia do Centro de Zoonoses.
Relato
Após todo incidente, já em casa, seu Valdecir atendeu na segunda-feira (10) a reportagem do
A Cidade para falar sobre toda a ocasião em que viu a morte de perto. No momento do ataque, Valdecir relatou que tinha saído de sua residência para comprar pão em uma mercearia, que fica a um quarteirão de onde mora e não sabia o que acontecia.
Foi quando viu toda a movimentação dos policiais e bombeiros em torno dos cachorros. Logo em seguida, percebeu que o pitbull vinha em sua direção, segundo ele, ao tentar fugir acabou tropeçando e caindo, onde o cão começou a morder.
“Tudo é por Deus, eu tinha que estar lá naquela hora. Enquanto eles estavam lá, eu não fui ver cachorro, fui buscar pão. Vi aquele monte de polícia, bombeiro e falei vou entrar no bar. O cachorro saiu do meio dos bombeiros e viu uma presa sozinha, que era eu, de short assim. Então, lá na turma, eles não estavam fazendo nada com ele. Estavam dando salsicha para poder laçar. Ele saiu de lá irritado e eu estava atravessando", disse ele.
Assim que começou a ser atacado, ele relatou que um senhor próximo começou a bater no cachorro com um pedaço de pau, mas ele não soltava. Foi quando o policial agiu atirou no pitbull, que largou a vítima. Mas a bala acabou alojada na perna de Valdecir, após atravessar o animal.
“Graças a Deus me livrei da morte, a bala não está me aborrecendo em nada. Santa Casa está de parabéns. Quanto ao policial e ao tiro, maravilha. Vou defendê-lo de unhas e dentes, já foi lá me visitar é conhecido nosso. Ele que me salvou, porque se não é ele, daqui [mostrou o braço], ele ia passar para cá [pescoço]. Ainda tinha um senhor com um pedaço de pau em cima, pode bater que não solta. Pitbull não solta”, afirmou.
Ainda em conversa com a reportagem, seu Valdecir relatou que mais pessoas da região descreveram outras situações com o mesmo cachorro, após o ataque. "Eu to pensando, se levarei para o pau [Justiça], porque ele [é trabalhador, mas não é a primeira vez que acontece isso. Esses cachorros estão soltos direto. Ele merece um esfregão para dar valor no ser humano”, concluiu.