Justiça entendeu que Paulo César Basso já chegou morto em Votuporanga e, por isso, caso deve ser analisado onde o homicídio ocorreu
Três votuporanguenses foram presos acusados de ocasionar a morte de Paulo César Basso no último dia 7 (Foto: Arquivo pessoal)
Franclin Duarte
franclin@acidadevotuporanga.com.br
O juiz da 2ª Vara Criminal de Votuporanga, Mauricio José Nogueira, determinou o envio do inquérito que apura a morte de Paulo César Basso, durante um procedimento de internação forçada na clínica para dependentes químicos Guerreiros de Cristo, para a Comarca de São José do Rio Preto. Três votuporanguenses são acusados de homicídio qualificado e estão presos desde o fato que ocorreu no último dia 7.
Na decisão, o juiz acolheu a manifestação do Ministério Público, que chamava a atenção para o fato de que Paulo já estava morto quando atendido na Santa Casa de Votuporanga, bem como que as declarações colhidas até o momento também atestam a morte em local diverso da Comarca, demonstrando que o resultado morte ocorreu no município de Guapiaçu.
“Salientando, ainda, que aquele município é o local onde os atos foram inicialmente praticados, devendo a competência ser fixada na Comarca de São José do Rio Preto. Desse modo, remetam-se os autos à uma das Varas Criminais da Comarca de São José do Rio Preto”, diz o despacho.
Laudo
O inquérito ainda está em andamento e, de acordo com o advogado Murilo Faustino Ferreira, que defende os acusados J. C. D. S.; H. M. S. e F. R. S., não há laudo do IML (Instituto Médico Legal) que ateste se a morte foi de fato provocada pelo golpe “mata-leão” dado por seus clientes para conter a vítima, ou por envenenamento por medicação, já que a família teria dado um tranquilizante para ele em doses acima “do normal” antes do procedimento de internação.
“O material genético do rapaz foi enviado para São Paulo, pois Votuporanga não tem equipamentos para ver a respeito de envenenamento por medicação. O prazo que eles deram foi de 30 a 60 dias para fazer o laudo, sequer existe a certidão de óbito definitiva dele ou um laudo que aponte a causa da morte”, disse o defensor.
Processo
O processo, por enquanto, corre em segredo de Justiça. A defesa tentou a liberdade provisória dos acusados, mas o pedido foi negado e, enquanto isso, os votuporanguenses seguem presos no Centro de Detenção Provisória de Paulo de Faria.