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Polícia
‘Ele executou meu filho, após tentar matar toda minha família’, diz pai de cantor assassinado
Ormélio Caporalini, pai do cantor Gustavo Caporalini, pede para que a justiça seja feita em nome da memória de seu filho
Em meio ao choro e ainda a anestesia da perda precoce do cantor votuporanguense Gustavo Caporalini, a família, pela primeira vez, quebrou o silêncio sobre o caso. Ormélio Caporalini Filho, que é pai de Gustavo, e também o tio do rapaz Odair Caporalini, que é policial militar, pediram justiça e relataram os momentos de dor em que se deram a morte.
Os dois familiares estavam na casa de Gustavo, no exato momento em que tudo aconteceu, durante uma confraternização. Odair, inclusive, foi o tio que entrou em luta corporal com o acusado pelo crime, Rodrigo Marques, na hora em que ele fazia os disparos, não apenas contra a vítima que morreu, mas em outros familiares, até mesmo contra o pai do cantor, segundo eles.
“Esse momento foi angustiante, onde ele executou meu filho na nossa frente, após dar dois tiros em direção do Odair [tio de Gustavo] para tentar escapar dele, eu tentei também tirar a arma dele, ele virou a arma para mim, o tiro passou próximo dele, que estava meio agachado levantando”, disse o pai Ormélio.
Em entrevista, Odair também contou como foi sua luta corporal contra Rodrigo e mostrou duas cicatrizes causadas pelo momento. “O Ormélio tentando socorrer o filho do meu lado, um terror, tentou jogar uma tábua na mão dele [Rodrigo] para tirar a arma e deu um tiro na direção da cara do Ormélio, em seguida ele deu um outro tiro no pescoço do Gustavo. Eu o empurrei, fui para cima dele e ele disse que ia acabar com essa família, ‘eu vou matar todos vocês’”, relatou o tio Odair.
O pai da vítima disse ainda que se não fosse o seu irmão, outras pessoas sairiam feridas ou até mortas do local, porque ele dizia que iria matar toda família, ‘vou matar todo mundo’, e atirou no sentido da piscina onde estavam os netos e sobrinhos de Ormélio.
“O Odair que acabou interceptando, foi uma cena de terror. Não houve uma chacina graças a esse policial militar que é meu irmão. Foi muito triste, eu tentei fazer os primeiros socorros, sou socorrista, tentei fazer os primeiros socorros, tentei desengasgar ele e na hora que eu vi jugular dele que não tinha como estancar, minha esposa do outro lado olhando, eu dei um sinal para ela falando que não tinha mais o nosso filho”, completou Ormélio.
O tio policial ainda citou que Rodrigo chegou a disparar contra ele e colocou o cano em seu peito dizendo que iria lhe matar. “Ele atirou na direção das crianças, que ser humano que faz isso? Isso é um ato de terror, de terrorista e na hora que eu vi aquilo eu voei em cima dele de novo e segurei a arma. E comecei a falar que ele não iria matar mais ninguém”, disse o policial Odair.
Em meio ao clima que mistura o luto, a incompreensão e a saudade, a família lamenta como tudo aconteceu, o fato foi assistido pelos filhos de Gustavo e até pela sua própria mãe. “Um pai de família não merece enterrar um filho executado, sua mãe na frente. Estou com meus netos traumatizados, por mais que a gente tente ser forte é difícil suportar isso de um menino que só plantou o bem de todas as pessoas que conhece. Não existe motivo, nem o pior ser humano merece ser executado da maneira que ele foi”, completou o pai.
Diante de todas essas circunstâncias, o pai de Gustavo pede justiça em memória de seu filho. “Eu quero justiça, a divina será feita no tempo dela. Já a do homem tem que ser feita pela justiça do homem. Quero que as pessoas lembrem dele com alegria, que era o que ele levava, seja do ramo imobiliário, na música, na amizade, ele fez vários irmãos e me tornou pai de muita gente dessa cidade. Levando o abraço de mais de mil pessoas que passaram pelo velório, mais de 200 pessoas no funeral dele, às 10h, em pleno dia de trabalho. É uma demonstração de um menino que tinha um círculo de amizade de todas as classes da cidade”, finalizou o seu pai Ormélio Caporalini.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
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