Cirurgia começou às 4h de domingo e teve 4 horas de duração; foram doados os rins e as córneas
Pela segunda vez em menos de um mês, a Santa Casa de Fernandópolis realizou captação de órgãos para doação. O procedimento aconteceu na madrugada do último domingo, dia 24, em um homem de 43 anos, que teve fratura de coluna cervical após se envolver em um acidente automobilístico e apresentou evolução de morte cerebral. Foram retirados os dois rins e as duas córneas, beneficiando quatro pessoas.
Os órgãos foram encaminhados para o Hospital de Base de São José do Rio Preto, onde passariam por uma série de exames que iriam definir a compatibilidade do receptor. Os rins devem ser transplantados em até 48hs após sua retirada. Já as córneas podem esperar entre 7 a 14 dias.
No último dia 29 de outubro, a Santa Casa de Fernandópolis realizou a primeira captação de sua história, retirando o fígado e os rins de uma mulher de 41 anos. Agora, essa é a primeira vez na história do hospital, que tem 57 anos de atividades, que acontece uma captação de córneas.
PROTOCOLO
O protocolo de morte encefálica do paciente começou na última sexta-feira e terminou à 1h45 da madrugada de sábado. Durante o período de visita, os familiares foram comunicados da morte cerebral do homem e decidiram doar os órgãos.
Após os trâmites burocráticos, a cirurgia de retirada dos rins começou às 4hs da madrugada de domingo e foi acompanhada pelos médicos Sandro Rogério Serafim, chefe da equipe de transplantes da Santa Casa de Fernandópolis, e Mário Gatti, do Hospital de Base.
Logo em seguida, deu inicio a retirada das córneas pelas enfermeiras Maira Queiroz Cazarin e Rosinei Pollo, da Santa Casa, que são capacitadas para atuar na captação de órgãos. As cirurgias terminaram às 8h.
EXEMPLO
Maira e Rosinei acreditam que a repercussão do primeiro caso de captação de órgãos na história de Fernandópolis ajudou a sensibilizar familiares de pacientes que podem ter seus órgãos doados. “Entendemos e respeitamos o momento de dor da família, mas nossa expectativa é que esses procedimentos se tornem frequentes porque ajudam a salvar vidas.”
As enfermeiras, no entanto, reforçam a necessidade das pessoas avisarem um familiar de que têm o desejo de doar os órgãos.