A partir das 7h, eles vão fechar a passagem, permitindo que sigam viagem apenas ambulâncias, gestantes e cargas perecíveis
Leidiane Sabino
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Os piscicultores da região de Santa Fé do Sul e Ilha Solteira vão fazer uma mobilização pacífica na sexta-feira (12). A partir das 7h, eles vão fechar a passagem na ponte rodoferroviária do rio Paraná, permitindo que sigam viagem apenas ambulâncias, gestantes e cargas perecíveis. A intenção é conseguir marcar uma reunião com autoridades estaduais e também com a diretoria da Cesp para tratar do uso dos recursos hídricos do reservatório de Ilha Solteira.
“Não há diálogo”, explicou Emerson Esteves, presidente da Câmara Setorial do Pescado do Estado de São Paulo. Hoje, às 17h30, haverá uma reunião na Casa da Agricultura de Santa Fé do Sul para definir as estratégias para a radicalização da luta para a manutenção da atividade piscícola na região.
O setor emprega três mil trabalhadores nos parques aquícolas da região, especialmente no reservatório de Ilha Solteira, no manuseio de alevinos, nos frigoríficos e fábricas de rações. Está atravessando sua pior crise em razão da longa estiagem que atinge a região. “Nossos rios estão baixando de seis a sete centímetros por dia. Somos o maior produtor de tilápia do Brasil e queremos mais cuidado com relação aos reservatórios”, destacou.
De acordo com o presidente da Câmara Setorial do Pescado do Estado de São Paulo, o reservatório de Ilha Solteira está gerando energia abaixo da cota mínima, que é de 323 metros do nível do mar. “Trabalham a 320.60 abaixo do nível, ação que acaba inviabilizando a piscicultura. Conseguimos uma liminar na justiça, que obrigava a Cesp e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a reduzir a geração de energia da usina de Ilha Solteira, mas ela foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3)”, contou Emerson.
Emerson Esteves disse que essa luta deve ser abraçada por toda a população das cidades produtoras de pescados, pois os reflexos desta medida serão percebidos nos comércios dessas cidades, que também vivem do turismo, do lazer, da agricultura e da pesca esportiva que serão muito afetados caso os níveis dos rios continuem baixando e se a Usina operar na cota 314, será um caos social de danos incalculáveis e irreparáveis.