A artista plástica Carolina Carolino conta que começou com o trabalho em 2010 e disse que a arte está ficando cada vez mais difundida na cidade. “Comecei a fazer a pintura na gravidez quando ia a muitos chás de bebê. Sempre tinha aquela brincadeira de pintar a grávida com batom. Aí pensei: por que não fazer uma arte de verdade?”, comenta.
Carolina explica que as pinturas começaram a ser feitas mais pela arte mesmo do que como um trabalho em si, pintando amigas e conhecidas. Mas divulgando os trabalhos nas redes sociais, os pedidos foram crescendo. “Chego a pintar cinco barrigas por mês, em média, além de fazer o booking do trabalho”, diz.
O tempo de trabalho demora de acordo com o tamanho do desenho, mas costuma ser de 40 minutos até duas horas. O valor também varia muito e chega a custar até R$ 400. Carolina explica que é preciso tomar cuidado com as tintas usadas e também respeitar o limite da mãe. “É um momento delicado, a maioria das mães faz a pintura quando está com sete, oito meses de gestação, e com a barriga grande a mãe precisa estar relaxada, em uma posição confortável para não prejudicar o bebê e a ela também”, afirma.
Dentre os desenhos que costuma fazer nas barrigas das grávidas estão de animais, paisagens ou alguma lembrança. Mas o desenho mais pedido, segundo Carolina, é a do próprio bebê, como se ele estivesse dentro da barriga. “Muitas mães sonham em ver o rosto do bebê durante a gestação. Esse desenho acaba realizando um pouco a vontade dela”, afirma.
Para Carolina, além da arte em si, fazer este tipo de pintura acaba sendo uma terapia para a mãe, que muitas vezes tem vergonha do corpo ou de mostrar a barriga. “É um momento maravilhoso para a mulher, gerar um filho, mas a questão do corpo acaba atrapalhando. Acho que a pintura devolve um pouco para a mulher a autoestima de ter um corpo bonito, da beleza que é estar grávida”, afirma.
A gerente comercial Alana Miyazaki Paschoalão, 26 anos, entrou na onda da pintura na barriga durante a gestação do filho Henrique, que hoje está com um mês. Ela fez a pintura quando estava com oito meses e diz ter gostado da experiência. “Achei legal, confesso que não conhecia muito bem esse tipo de trabalho, mas achei lindo. Ficou como uma recordação da gravidez”, afirma.
Alana fez dois desenhos, um como se fosse o ultrassom do filho e outro de folhas caindo pela barriga da mãe. Para a gerente comercial, a pintura ajuda a melhorar a autoestima da grávida em um momento complicado. “Na reta final da gravidez a mulher fica encanada com o corpo, porque está acima do peso, com uma barrigona. Então um trabalho deste te mostra a beleza do corpo, você se sente parte de uma obra de arte”, afirma.