A parte do rio Tietê que foi liberada é entre o reservatório da Usina Hidrelétrica (UHE) de Três Irmãos, em Andradina (SP) e a eclusa inferior de Nova Avanhandava, no município de Buritama (SP).
Apesar da liberação, o diretor técnico do Departamento Hidroviário de São Paulo Pedro Victoria afirma que os comboios ainda podem demorar alguns dias para voltar a trafegar. “A maioria dos comboios está no porto de São Simão e agora vão iniciar os carregamentos de carga para que eles voltem a navegar. A expectativa é que até a primeira quinzena de fevereiro o tráfego pela hidrovia fique normalizado”, afirma.
Entre os principais produtos que são transportados pela hidrovia estão soja, celulose e madeira. Este trecho do rio chegou a subir mais de cinco metros com a chuva deste começo do ano e isso possibilitou a volta da navegação, segundo a Marinha.
Com a hidrovia aberta, cerca de seis milhões de toneladas de carga vão voltar a ser trafegadas pelo local. De acordo com o Departamento Hidroviário, um comboio de barcaças retira das rodovias cerca de 200 caminhões das estradas, o que corresponde uma redução nos custos do transporte de 40%.
O presidente do Sindasp, Sindicato dos Armadores de Navegação Fluvial de São Paulo, afirma que durante a seca mais de mil demissões foram registradas nas empresas envolvidas no processo. “O prejuízo direto e indireto chegou a R$ 1 bilhão, com estaleiros parados, demissões e troca no modal de transporte”, diz o presidente.
Mas agora, com a navegação liberada, a tendência segundo o presidente é que as contratações voltem a ser feitas. “Só em contratação de tripulação devemos ter 350 novas contratações. O problema que estamos enfrentando é que muita mão de obra foi para outras regiões do país e agora estamos enfrentando problema para as contratações”, afirma.
A abertura da hidrovia Tietê-Paraná teve como solenidade um passeio em um barco turístico com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e outros governadores, políticos e representantes do Departamento Hidroviário.
Durante o evento, Alckmin anunciou obras para a hidrovia como ampliação do canal de Nova Avanhandava e dragagem do canal de Anhembi. "Com a volta da hidrovia vamos reduzir 100 mil viagens de caminhões neste ano o que gera economia grande no transporte de carga", disse.
Fonte: Marcos Lavezo - G1 Rio Preto e Araçatuba