O primeiro exame para confirmação da doença foi feito pelo laboratório da Funfarme/Famerp, a Faculdade de Medicina de Rio Preto. Em nota, a Funfarme afirma que o homem havia sido atendido no dia 11 de janeiro, na emergência do Hospital de Base de Rio Preto, com suspeita dengue. Ele foi medicado e recebeu alta no mesmo dia.
Mas como é protocolo das pesquisas conduzidas pela instituição, os pesquisadores fizeram exames de sorologia para outros vírus, como zika, chicungunya, entre outros. O exame deu reagente para zika e a Funfarme/Famerp notificou a Secretaria Municipal de Saúde de Rio Preto, conforme determina a legislação.
De acordo com o virologista Maurício Nogueira, da Funfarme, existem ainda estudos com outros pacientes que podem estar infectados. “Já identificamos de forma oficial um caso de zika e temos mais alguns suspeitos, mas ainda é um número pequeno e não causa preocupação com uma possível epidemia”, afirma.
No ano passado, Rio Preto registrou um caso positivo de contaminação pelo vírus da zika. A paciente era uma mulher. Já a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo informou que teve 11 casos contraídos no Estado de zika ocorridos desde 2015. Há ainda 15 casos importados, ou seja, o vírus foi contraído em outros estados e 17 casos suspeitos estão sendo investigados nos municípios no Estado.
Laboratórios
Ainda existem muitas dúvidas entre as pessoas quando o assunto é o vírus. No Brasil, é uma doença nova que tem assustado muita gente, principalmente as grávidas. Para tentar descobrir mais sobre a doença, duas universidades de Rio Preto desenvolvem estudos em laboratório.
Os estudos em Rio Preto são feitos pelo laboratório da Famerp. O pesquisador e virologista Maurício Nogueira lidera uma equipe responsável por captar o vírus de pacientes que chegam ao Hospital de Base. Neste ano um caso de vírus da zika foi confirmado. Amostras desse paciente estão sendo estudadas. A maior importância da pesquisa é saber lidar com uma epidemia do zika, que segundo o pesquisador, está perto de acontecer. “A grande preocupação é que vamos ter uma grande epidemia no futuro e isso pode levar infecção de mulheres grávidas e ter casos de microcefalia, se realmente o zika é o grande causador do problema”, afirma.
O laboratório da Unesp também tem toda a estrutura para desenvolver a pesquisa sobre o zika. Em todo o estado, laboratórios de cinco cidades fazem o mesmo trabalho. A pesquisadora Paula Rahal trabalha desde 1999 na Unesp e comanda a equipe. Os alunos que estão juntos no estudo são pós-doutores e fizeram um curso no exterior para lidar com o vírus da zika.
Os estudos acontecem em duas salas, e uma delas é feita a reprodução das células. Essas células vão servir de alimento para o vírus que fica em outra sala, totalmente isolada. Eles trabalham a reprodução do vírus da zika. “Uma vez que a gente detecta o vírus no paciente a gente coloca o vírus para se multiplicar e podemos estudar a características genéticas, com isso, entendendo o vírus e futuramente pensar em vacina, antivirais”, diz a virologista Paula Rahal.
Fonte: G1 Rio Preto e Araçatuba