Guerino Solfa Neto era chefe do Setor de Inteligência; caminhonete, carteira e documentos da vítima foram roubados
O delegado assistente do Deinter 5, Raymundo Cortizo, afirma que a morte do titular Guerino Solfa Neto, de 43 anos, encontrado morto às margens da rodovia Washington Luís, em São José do Rio Preto (SP), na noite de sábado (25), fará muita falta para o Setor de Inteligência da polícia, onde ele atuava. "O trabalho dele era muito importante. Ele era um apaixonado pela Inteligência, muito estudioso, fazia todo tipo de curso, era muito dedicado. Ele era umas das autoridades mais capacitadas do Estado de São Paulo no campo da inteligência policial", diz.
Cortizo diz que um dos últimos trabalhos desenvolvidos por Guerino foi o da prisão de uma quadrilha de roubo a bancos na região. "Um trabalho desenvolvido por ele, muito profundo de informação, que ele compartilhou com todas as polícias até que os criminosos foram presos na região de Barretos. Graças ao trabalho de investigação que ele fez", conta.
Ele soube do fato por um colega que estava de plantão e foi chamado ao necrotério para reconhecer o corpo de Gueniro. "Ele comunicou a todos os colegas por volta da meia-noite deste domingo. Difícil, porque é uma convivência de muito tempo. A gente era quase irmão, trabalhávamos todos os dias, tomávamos café juntos, fazíamos plantões juntos, enfim, o conheço desde que ele era investigador em Icém e eu trabalhava em Palestina. Tínhamos longa amizade, uma relação maravilhosa, nunca tivemos nenhum tipo de desentendimento. O ambiente de trabalho é muito bom e com ele não era diferente", lembra.
Abalado, Cortizo diz que ainda tenta entender o que aconteceu. "Uma perda muito grande, além dele fazer o trabalho dele muito bem feito, ele compartilhava com outras polícias. Posso assegurar que ele era muito competente", diz.
Entenda o caso
Segundo a polícia, por volta das 19h30 de sábado (25), o Copom recebeu uma ligação de que havia um homem sangrando na rodovia. No local, havia oito cápsulas de pistola .40 deflagradas, mesmo calibre da arma usada pelo delegado assassinado.
Segundo Cortizo, o delegado saiu de uma festa por volta das 18h em sua caminhonete. Uma das suspeitas da polícia é latrocínio. já que caminhonete, carteira e documentos de Guerino foram levados, mas Cortizo não descarta a possibilidade de um crime encomendado.
A polícia recebeu a informação de que a caminhonete do delegado foi abastecida em um posto de Itirapina (SP), a 250 quilômetros de Rio Preto, por um rapaz que saiu do local sem pagar pelo combustível.
Cortizo diz que há uma mobilização de delegados no Estado para identificar o assassino. Guerino atuava na Unidade de Inteligência Policial (UIP) do Deinter-5, como delegado interino nas delegacias de Pedranópolis (SP) e Fernandópolis (SP), além de ser conhecido na região pelo combate ao tráfico de entorpecentes. Ele era casado e deixa uma filha de 8 anos. O corpo será velado no Cemitério Jardim da Paz, onde ocorrerá o enterro às 17h.
Fonte: G1 Rio Preto e Araçatuba