Jovem passou mal em festa junina promovida em escola de Rio Preto (SP); 'É uma cena que fica guardada no coração', diz mãe de garota de 16 anos
A mãe de uma adolescente de 16 anos está indignada pela omissão de socorro à filha encontrada jogada na calçada durante a festa junina da Escola Estadual Professor José Felício Miziara, em São José do Rio Preto (SP). Ela passou parte da noite internada em coma alcoólico. A mãe da adolescente, uma representante comercial, diz que o que a indignou no caso foi o fato de ninguém da escola ter ajudado a filha no momento em que ela passou mal.
"Deixei minha filha na escola por volta das 20h15 e mais ou menos uma hora depois um professor da escola me ligou e pediu para que eu fosse buscar minha filha porque ela estava totalmente embriagada e em coma alcoólico. Sai da minha casa o mais rápido possível e a hora que cheguei na escola me deparei com minha filha jogada na calçada."
A mãe diz que a filha estava desacordada e caída na calçada. "Minha filha estava jogada como uma coisa qualquer na calçada. Ninguém prestou socorro em momento algum. Peguei ela daquele jeito, pedi ajuda para um garoto, coloquei ela dentro do carro e a levei ao hospital. No hospital, o médico disse que ela estava com alto índice de álcool no organismo e o açúcar muito elevado. Ela foi medicada e depois de cerca de quatro horas internada, a trouxe para casa."
A adolescente conta que bebeu vodca com os amigos, primeiro fora e depois dentro da escola. "Só lembro que estava sentada em uma mureta passando mal e cutuquei meu amiigo e disse: 'nossa está tudo rodando' e cai para trás, desmaiei. Não lembro de mais nada."
A representante comercial afirma que registrou o boletim de ocorrência porque acredita que a escola poderia ter ajudado a filha. "Eles poderiam, sim, ter feito alguma coisa por ela e não jogado ela lá fora. Os seguranças a colocaram para fora e disseram aos amigos dela que se eles saíssem da escola não iriam voltar. Ninguém da escola me ligou."
Sem ajuda
Para a mãe da adolescente faltou humanismo. "Falta um pouco mais de humanismo nas pessoas. Ela não é um bicho, um lixo, ela tem família. Poderiam ter prestado socorro ou pelo menos cuidado dela e não deixado ela jogada daquele jeito como eu vi. É uma cena que fica guardada no coração de mãe, não dá para esquecer. Festa junina em escola, era para ser uma festinha simples, aí você chega e pega sua filha jogada na escola, suja de vômito? Então, queria fazer um alerta para as mães nem sempre confiarem em escolas.”
A mãe reconhece que a filha também errou ao consumir bebida alcoólica, mas se revolta ao saber que ninguém da escola tentou prestar socorro à menina. "Ela quis beber e pagou as consequências disso."
A dirigente regional de ensino de Rio Preto, Maria Sílvia Zangrado Nakaoski, diz que a escola contratou seguranças para garantir a integridade das pessoas e famílias que iam participar da festa. "Se a menina tivesse passado mal dentro da escola ela teria sido socorrida, com certeza. Não acredito nesta versão, mas vamos verificar isto e esclarecer na segunda-feira com o pessoal da escola e com os alunos", diz.
Fonte: G1 Rio Preto e Araçatuba
