Nos testes, a equipe de pesquisadores deu a ratos, durante três dias, doses diárias de etanol para simular a bebedeira. Depois, os animais passaram por um exame de tolerância à glicose e tiveram analisadas as suas atividades cerebrais. Segundo o estudo, os ratos se tornaram resistentes à insulina, hormônio responsável por regular a taxa de glicose no sangue. Assim, com o consumo excessivo de álcool, eles não conseguiram frear a produção de glicose no corpo, aumentando os níveis da substância na corrente sanguínea.
A equipe descobriu que isso ocorreu pois a bebida alcoólica causa uma inflamação no hipotálamo (parte do cérebro que regula processos metabólicos) e danifica os receptores de sinais de insulina no cérebro, que estão localizados nessa região do órgão. A partir desses resultados, os autores sugerem que os efeitos nocivos do álcool vão além das doenças no fígado, mas também atingem a regulação do metabolismo feita pelo cérebro. Além disso, os pesquisadores acreditam que bloquear a substância que inibe os receptores de sinais de insulina no cérebro possa ser uma solução para pessoas que têm uma resposta anormal à glicose.