Ministério da Saúde orienta que só pacientes suspeitos com quadro grave sejam testados
(Foto: G1)
O Brasil tem ao menos 23,6 mil testes do novo coronavírus (Sars-CoV-2) ainda à espera do resultado. Esse número equivale a 3,4 vezes o total de casos confirmados (6,9 mil) no balanço das Secretarias de Saúde, atualizado às 7h40 desta quinta-feira (2). Para especialistas ouvidos, tal discrepância indica que pode haver muito mais gente com a doença Covid-19 no país.
Essa subnotificação de registros tem duas causas, a falta de testagem maciça no Brasil e a demora para finalizar as análises já iniciadas mas não concluídas.
Pesquisadores explicam que esse cenário – quantidade de kits insuficiente e gargalo na hora de examinar as amostras coletadas – dificulta a realização de cálculos que mostrem o real avanço do surto por aqui. E fazem um alerta: como o Ministério da Saúde recomenda que sejam testados apenas pacientes graves, existe a chance de ser considerável o percentual de "positivos" nesse universo de pessoas já submetidas ao exame.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou mais de dez tipos diferentes de testes para detectar o coronavírus. Eles podem levar de 15 minutos (com uma picada no dedo para tirar o sangue) ou até sete dias (com uma coleta de material do nariz e da faringe por meio de cotonete).
Modelos que projetam o volume de casos para os próximos dias sugerem que o ritmo da pandemia está mais lento -- apesar do recorde de confirmações em um só dia (1.138) nesta terça-feira (31) e do acréscimo considerável (outros 1.119 casos) nesta quarta-feira (1º), segundo o Ministério da Saúde.
*G1.com