Estava eu no meu computador, já em período de férias escolares, após uma saudosa reflexão sobre minhas netas Isabela e Laura, duas joias que Deus me deu de presente e eu ainda não encontrei palavras de gratidão a Ele, me veio à cabeça buscar um texto que me ajudasse a ensiná-las o significado do mundo novo, que com certeza estariam enfrentando ou ainda enfrentaria quando o vovô não mais estivesse aqui. Na verdade eu precisava de uma coisa simples, que elas pudessem entender o grande significado do fantástico vocabulário que deveriam aprender para melhor conduzir suas vidas. Acabei encontrando uma obra prima escrita por Luiz Gonzaga Pinheiro, em seu livro “O homem que veio das sombras”, morador de Fortaleza, que me impressionou com sua clareza de quem conhece o significado profundo das palavras. De religiosidade espírita, o que não vem ao caso, falou no texto com extrema sabedoria, guiado pelas mãos do Criador, não tenho dúvida disso.
Quanto mais simples tentou ser, mais nos fez entender a verdade sagrada dentro das palavras. Assim as definiu: Adeus: É quando o coração que parte deixa a metade com quem fica. Amigo: É alguém que fica para ajudar quando todo mundo se afasta. Amor ao próximo: É quando o estranho passa a ser o amigo que ainda não abraçamos. Caridade: É quando a gente está com fome, só tem uma bolacha e reparte com outro. Carinho: É quando a gente não encontra nenhuma palavra para expressar o que sente e fala com as mãos, colocando o afago em cada dedo. Ciúme: É quando o coração fica apertado porque não confia em si mesmo. Cordialidade: É quando amamos muito uma pessoa e tratamos todo mundo da maneira que a tratamos. Doutrinação: É quando a gente conversa com Deus colocando o coração em cada palavra. Entendimento: É quando um velhinho caminha devagar na nossa frente e a gente estando apressado não reclama. Evangelho: É um livro que só se lê bem com o coração. Evolução: É quando a gente está lá na frente e sente vontade de buscar quem ficou para trás. Fé: É quando a gente diz que vai escalar um Everest e o coração já o considera feito. Filhos: É quando Deus entrega uma joia em nossa mão e recomenda cuidá-la. Fome: É quando o estômago manda um pedido para a boca e ela silencia. Inimizade: É quando a gente empurra a linha do afeto para bem distante. Inveja: É quando a gente ainda não descobriu que pode ser mais e melhor do que o outro. Lágrima: É quando o coração pede aos olhos que falem por ele. Lealdade: É quando a gente prefere morrer que trair a quem ama. Mágoa: É um espinho que a gente coloca no coração e se esquece de retirar. Maldade: É quando arrancamos as asas do anjo que deveríamos ser. Morte: Quer dizer viagem, transferência ou qualquer coisa com cheiro de eternidade. Netos: É quando Deus tem pena dos avós e manda anjos para alegrá-los. Obsessor: É quando o Espírito adoece, manda embora a compaixão e convida a vingança para morar com ele. Ódio: É quando plantamos trigo o ano todo e estando os pendões maduros a gente queima tudo em um dia. Orgulho: É quando a gente é uma formiga e quer convencer os outros de que é um elefante. Paz: É o prêmio de quem cumpre honestamente o dever. Perdão: É uma alegria que a gente se dá e que pensava que jamais a teria. Perfume: É quando mesmo de olhos fechados a gente reconhece quem nos faz feliz. Pessimismo: É quando a gente perde a capacidade de ver as coisas coloridas. Preguiça: É quando entra vírus na coragem e ela adoece. Raiva: É quando colocamos uma muralha no caminho da paz. Saudade: É estando longe, sentir vontade de voar, e estando perto, querer parar o tempo. Simplicidade: É o comportamento de quem começa a ser sábio. Sinceridade: É quando nos expressamos como se o outro estivesse do outro lado do espelho. Solidão: É quando estamos cercados por pessoas, mas o coração não vê ninguém por perto. Supérfluo: É quando a nossa sede precisa de um gole de água e a gente pede um rio inteiro. Ternura: É quando alguém nos olha e os olhos brilham como duas estrelas. Vaidade: É quando a gente abdica da nossa essência por outra, geralmente pior.