Depois de um ano de gradual recuperação da economia, caminhamos para a reta final de 2017 com uma certeza: as micro e pequenas empresas estão tomando a frente na geração de empego e renda no País. Essa é uma realidade que nós conseguimos perceber não só conversando com donos de pequenos negócios, que voltaram a respirar, mas também analisando alguns números recentes.
Vejamos, por exemplo, a pesquisa Indicadores, divulgada mensalmente pelo Sebrae-SP. As micro e pequenas empresas do Estado de São Paulo registraram um aumento de 5,8% no faturamento real – ou seja, descontada a inflação – no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2016. No total, esses negócios acumularam uma receita de R$ 304,8 bilhões de janeiro a junho. Só no mês de junho, que foi o mais recente analisado, essa receita cresceu 11,1% sobre junho de 2016, chegando a R$ 53,1 bilhões.
A retomada da produtividade e das vendas é resultado direto do controle da inflação: como o aumento de preços está corroendo menos o poder de compra das famílias, elas conseguem consumir mais e podem se planejar em relação a gastos futuros. Também entra nessa conta a liberação dos recursos do FGTS que ocorreu a partir do mês de março. É um dinheiro que estava parado e chegou para engordar o orçamento de milhares de famílias. Ou seja, tanto o controle da inflação quanto a liberação de recursos foram medidas cujos resultados positivos já somos capazes de observar no dia a dia.
Isso vai na contramão da solução simplista de onerar os empresários e os consumidores com mais impostos. O peso de um custo maior para produzir e vender inevitavelmente vai provocar queda nos empregos. E, quando se trata de empregos, os pequenos negócios têm um grande papel. Um levantamento recente do IBGE mostra que as empresas com até cinco funcionários são responsáveis por mais da metade dos empregos formais no País, segundo dados de 2016. Somente na Grande São Paulo, esses negócios somam mais de três milhões de trabalhadores com carteira assinada.
Analisando dados como esses, acredito que as micro e pequenas empresas podem ser encaradas como um “termômetro” da economia brasileira. Por suas características, elas dependem diretamente do poder de compra do consumidor e têm pouca margem para manter funcionários quando o faturamento cai. Por outro lado, assim que a economia começa a se recuperar, elas também são as primeiras a nos dar boas notícias. Por isso, essa é a nossa orientação: fortalecer os pequenos negócios e estimular um círculo virtuoso no Brasil.