As incertezas econômicas afetam diretamente o mercado de trabalho, e as consequências podem ser drásticas. Para manterem-se ativas, as empresas adotam planos de contingência e, na maioria das companhias, o corte de efetivo é inevitável. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em fevereiro de 2018, atingimos o maior nível de desemprego desde 2012.
Embora o papel das empresas mereça uma análise detalhada, gostaria de abordar os grandes reflexos deste momento para quem deveria ser protagonista no mercado, mesmo que muitas vezes seja tratado como coadjuvante: o empregado.
Há quem critique as estratégias das organizações, que demitem profissionais com 12 anos de casa, e que custam R$ 10 mil no orçamento da organização, para contratar outro profissional pela metade deste valor ou, às vezes, nem contratar. O ponto é que os profissionais precisam estar preparados para transformações. A frustração e os traumas vêm, principalmente, quando processamos as mudanças de maneira negativa, quando deveríamos ter uma visão mais holística e entendermos as causas das angústias. Levo como lição meus oito anos de carreira dedicados a Odebrecht.
Além do preparo, manter-se atualizado e curioso perante o mercado e os concorrentes é fundamental, soma-se a isto a necessidade de trabalhar as suas cargas emocionais.
O seu currículo tem que estar no mercado. É fundamental participar de processos seletivos e ser visto. Já me dizia uma professora que os profissionais precisam estar preparados para tudo. Esta iniciativa é um exercício, mas, mais do que isso, um alento. Uma confirmação de que as (novas) oportunidades estão aí.
Em paralelo, temos também os profissionais inseridos nas empresas que estão desmotivados. Querem mudar de setor ou, muitas vezes, até de profissão. Nesses casos, a autoavaliação é o primeiro passo para entender o real estímulo para esta insatisfação. É importante reconhecer o valor do seu trabalho, para se sentir mais estimulado. Valorizar o aprendizado. Todo o trabalho, por mais duro e difícil, deve trazer algum proveito e cedo ou tarde as oportunidades dentro ou fora da empresa vão surgir.
Estudos de RH mostram que a principal razão para funcionários saírem das empresas não é a promessa de um salário maior em outra companhia, mas sim, as dificuldades de trabalhar com seus atuais gestores. Em muitas situações, a relação empregado/líder não vai bem, porém, o profissional acha mais fácil desligar-se da empresa alegando ter recebido uma oportunidade melhor em outro lugar. Deixo a reflexão: Precisa chegar a esse extremo? Será que, para melhorar a convivência com o gestor, um movimento lateral não basta? E o que pode ser feito agora para melhorar o seu futuro?
A grande dica é chegar ao verdadeiro causador da desmotivação na carreira. Na primeira sessão dos meus clientes faço a chamada “Roda da Vida” – uma técnica de avaliação pessoal separada em setores que são essenciais para encontrarmos um equilíbrio pessoal. Ao final do exercício, é bastante comum diagnosticarmos que o problema está em outra área da vida que não a carreira, como finanças, no relacionamento, com a saúde ou então até com o seu lado emocional e espiritual, enfim. A boa notícia é que o processo de coaching serve para todos os campos de sua vida e que você pode sempre refletir, resignificar e ser um criador de soluções.