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Passados mais de 280 dias do governo Jair Bolsonaro, reinam dúvidas ou incertezas do que virá pela frente. É como uma caixinha de surpresas que, ao abri-la, poderão ter coisas boas como algumas que não vêm ao encontro do desejo de toda a população brasileira. É evidente que todos esperam em país crescendo e se desenvolvendo em todos os ângulos de progresso, porém, satisfazer a gregos e troyanos, entendemos ser uma missão difícil, não somente a esse governo como a outros que irão sucedê-lo, já que a demanda se constitui de inúmeros problemas; alguns fáceis de uma solução plausível, outros, de difícil desempenho. Há de se ressaltar nesta oportunidade que Bolsonaro acabou expondo conflitos com a liderança do PSL, razão pela qual o presidente poderá deixar o partido e se filiar a outro, o que não deixa de ser uma expectativa e que irá chamar a atenção de todos que estão atentos à mídia, diante desse comportamento do presidente da República. Não existe estimativa, mas cerca de 15 a 30 deputados de uma bancada de 54 parlamentares poderiam deixar o partido junto com ele. São hipóteses que, tanto poderiam se transformar num balão de ensaio como poderiam se tornar realidade, dependendo das conveniências e de que lado os ventos poderão ser mais favoráveis à intenção de cada parlamentar. É evidente também salientar que o partido (PSL), de acordo com que pudemos apurar, é o que mais recebe recursos do fundo partidário e também disporá de parcela significativa de dinheiro e tempo de TV nas eleições municipais de 2.020. Além disso, os deputados que irão deixar o partido precisarão defender sua posição na justiça e, além desse fato, o entendimento atual é de que o mandato pertence ao partido. Sequência de conflitos é que não deixará de existir durante a trajetória desse governo. Uma delas, por exemplo, foi a indignação tempos atrás em decorrência da nomeação de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ao cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, tanto é que há mais de dois meses e meio 280 mil pessoas optaram pelo "não" a essa iniciativa de Eduardo Bolsonaro ser o representante do país junto ao governo norte-americano. É certo que, na opinião de muitos, nunca na história do Brasil democrático, ocorreu uma indicação tão absurda, porém, no desejo do presidente da República, tantas são as personalidades cultas e preparadas intelectualmente para uma missão de tamanha envergadura para representar o país, seja lá em qualquer das nações que compreendem o universo terrestre. Referida nomeação, caso seja colocada em prática novamente, precisa passar pela aprovação do Senado com maioria simples, o que totaliza 41 votos a favor. Antes disso, o candidato será submetido a sabatinas dos senadores na Comissão de Relações Exteriores, o caminho mais viável e dentro da lógica, para que o Brasil seja condignamente representado por um diplomata que reúna condições satisfatórias para essa missão. A nomeação do atual deputado, vindo à tona para a embaixada mais importante do Brasil é criticada por diplomatas especializados em relações internacionais e por 70% dos brasileiros, conforme mostrou pesquisa divulgada pelo Datafolha no mês passado. a controvérsia é baseada em dois pontos: o fato de Eduardo ser filho do presidente e não ter as qualificações determinadas pela análise dos integrantes de missões diplomáticas e que abre uma discussão sobre nepotismo. Uma das frases famosas de Jair Bolsonaro é de que o objetivo do seu governo será fazer com que o Brasil avance na modernidade. Apenas oito dias depois da posse não é possível saber se a promessa será cumprida e muito menos depois de 280 dias da gestão governamental, mas há sinais de que o caminho foi aberto na área ambiental, que é a preservação incondicional do verde, da nossa principal riqueza, que é a floresta amazônica. A conclusão é de que as políticas socioambientais brasileiras, construídas em 40 anos de avanço e reconhecidas internacionalmente, foram colocadas em choque, à vista dos interesses econômicos da exploração da nossa floresta, entre elas, o famoso comércio clandestino de madeira que, apesar dos esforços do Ministério competente, tendo como titular das pasta Ricardo Salles, visando a extinção desse grande mal, medidas mais enérgicas devam ser colocadas em prática com toda a sua eficácia. Existe a hipótese de que o Ministério do Meio Ambiente (MME),não apenas perdeu o poder político, como nos parece que está subordinado a interesses econômicos e a outras áreas da administração, já que ele, poder econômico, é o que fala mais alto nesse país, além de comandar a nossa economia e assim será eternamente.
Alessio Canonice é de Ibirá e colabora com este jornal – alessio.canonice@bol.com.br
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