A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira (6) as medidas adotadas pelo governo federal para ajustar as contas públicas. Segundo a presidente, as "correções" são para manter programas sociais, como o Minha Casa Minha Vida e o Pronatec.
Dilma participou na manhã desta sexta da entrega de 1.472 moradias do programa Minha Casa Minha Vida em Araguari (MG). Também participaram do encontro os ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, além do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e da presidente da Caixa, Miriam Belchior.
"Nós estamos fazendo um imenso esforço para que o Brasil não só continue fazendo esses programas sociais, mas também que o Brasil amplie os investimentos, tenha economia próspera, continue gerando emprego e renda para sua população", disse Dilma.
"Esse esforço passa por correções, mas as correções não são o fim em si mesmas, é para manter programas como esses que nós as fazemos", completou.
Na última terça (3), o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), devolveu medida provisória que trata da desoneração da folha de pagamento das empresas, uma das principais ações que compõem o ajuste fiscal. A fim de garantir a aprovação, o governo reenviou a proposta, em formato de projeto de lei.
Durante o discurso, Dilma ressaltou que em seu governo, e no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil conseguiu garantir emprego e salário mesmo com a crise internacional que se intensificou em 2008.
Para a presidente, o país está "entrando em uma nova fase". "Numa nova fase de enfrentamento da crise. Onde várias medidas diferentes serão necessárias. Uma nova trajetória para que os possamos crescer. Não é que nós iremos querer voltar atrás para algum outro momento. Não. Nós queremos melhorar ainda mais o que já conquistamos", disse.
Minha Casa Melhor
Após a entrega das unidades habitacionais, Dilma concedeu entrevista à imprensa. Ela afirmou que os programas sociais sempre passam por processos de aperfeiçoamento.
Segundo a presidente, o programa Minha Casa Melhor, do qual participam os beneficiários do Minha Casa, Minha Vida que estão com o pagamento das prestações em dia, está em processo de “avaliação”.
Com o Minha Casa Melhor, os moradores recebem R$ 5 mil em crédito para a compra de móveis e eletrodomésticos. Em 27 de fevereiro, o governo anunciou a suspensão de novas contratações do programa.
“O Minha Casa Melhor está dentro disso [aperfeiçoamento] e estamos revendo porque, ao contrário do Minha Casa, Minha Vida, que tem baixíssima inadimplência, o Minha Casa Melhor começou a ter inadimplência. Então, estamos avaliando inclui-lo dentro do Minha Casa, Minha Vida, de forma mais simples, é um processo de avaliação”, disse.
Superávit de 1,2%
Após participar de reunião na última quarta (4) com a presidente Dilma Rousseff e líderes da base aliada ao governo no Congresso Nacional, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Pepe Vargas, afirmou que não há “risco nenhum” de o governo não cumprir a meta de superávit primário neste ano, estipulada em 1,2% do PIB pelo ministro Joaquim Levy.
Vargas assegurou ainda que se o Congresso decidir fazer algum “ajuste” às medidas enviadas pelo governo, o Palácio do Planalto admite fazer corte em outros gastos.