Com algumas mudanças no estilo de vida, é possível alterar a maneira como o organismo processa e armazena alimentos
"Não consigo emagrecer porque meu metabolismo é lento." Essa desculpa comum entre pessoas com dificuldade de perder peso não tem respaldo científico. O metabolismo, sim, é em parte determinado pela genética, mas ele não é um carimbo definitivo de que um indivíduo com uma herança desfavorável está condenado a ter um metabolismo lento para sempre. "É possível acelerar o metabolismo com medidas como mudanças na alimentação e prática de atividade física", diz Tarissa Petry, endocrinologista do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. "Se uma pessoa tem um metabolismo lento por natureza, precisará fazer mais alterações no seu estilo de vida para ver resultados."
O metabolismo se refere à quantidade de calorias que o organismo gasta para desempenhar suas funções, como respirar, bombear sangue e praticar atividade física. Acelerá-lo significa fazer com que o organismo use mais energia para realizar o mesmo trabalho.
Existem três tipos de metabolismo: metabolismo de repouso, termogênese alimentar e metabolismo de atividade física. O de repouso, também chamado de basal, corresponde ao gasto necessário para manter as funções básicas, como o batimento cardíaco. "A taxa metabólica de repouso equivale de 60 a 70% do gasto energético do dia. Ela depende da genética e de fatores modificáveis, como a quantidade de massa muscular do corpo", explica o endocrinologista Marcio Mancini, membro do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Uma das principais formas de acelerar o metabolismo basal é aumentar a massa magra, pois, para se manter ativo, o músculo gasta mais energia do que outros tecidos, como a gordura.