Pontífice percorreu no papamóvel as ruas do bairro Buenos Aires, um dos mais afetados o ano passado pelo fenômeno El Niño
Papa celebra missa em Trujillo, cidade recentemente afetada por enchentes no Peru, neste sábado (20) (Foto: Reuters/Pilar Olivares)
O papa Francisco celebrou uma missa e percorreu neste sábado
(20) a cidade de Trujillo, uma das cidades afetadas por fortes inundações no
ano passado, ao norte do Peru. Ele foi recebido com demonstrações típicas, no
segundo dia de atividades da viagem oficial e apostólica ao país.
O avião que leva Francisco aterrissou às 8h48 local (13h48,
em Brasília) no aeroporto "Capitán Carlos Martínez de Pinillos" com a
delegação papal para uma visita que se estenderá por todo o dia em Trujillo,
situada a 570 quilômetros ao norte de Lima.
O papa foi recebido por um grupo de dança que fez uma
demonstração típica, acompanhado por uma banda do Exército. Um casal de
crianças entregou ao papa um ramo de flores e uma pomba branca, que foi lançada
ao ar.
O papa também foi recebido também pelo arcebispo de
Trujillo, Miguel Cabrejos.
Em Trujillo, o papa oficiou uma missa na praia de Huanchaco,
e percorreu no papamóvel as ruas do bairro Buenos Aires, um dos mais afetados o
ano passado pelo fenômeno El Niño, que provocou graves inundações que
destruíram Trujillo, causando 160 mortes e afetando mais de 300 mil pessoas.
Diante de centenas de milhares de pessoas na famosa praia,
um dos destinos preferidos dos surfistas na América do Sul, o papa lembrou que
os peruanos "conhecem a fúria da natureza e experimentaram os seus
golpes", como o El Niño Costeiro.
Ele acrescentou que este foi um dos motivos que o levou a
visitar esta localidade. "Para esta eucaristia trazemos também este
momento tão difícil que questiona e põe muitas vezes em dúvida a nossa
fé", reconheceu o papa, que assegurou que, no entanto, "no momento de
escuridão, quando sentiram o golpe do El Niño, as pessoas nestas terras
souberam se mexer e se ajudaram como verdadeiros irmãos".
Francisco destacou a "solidariedade e a
generosidade" com a qual os peruanos se ajudaram e, "no meio da
escuridão, junto a tantos outros, foram círios vivos que iluminaram o caminho
com os braços abertos e disponíveis para diminuir a dor e compartilhar o que
tinham, mesmo sendo pobres".
Depois, o papa advertiu que há novas tempestades que ameaçam
a sociedade nesta região e que têm efeitos "devastadores", citando
como exemplos a "violência organizada", a "insegurança" e a
falta de oportunidades.