Quadrilha tentou assaltar dois bancos e um dos criminosos fez uma família refém durante fuga
Agência bancária com vidro estilhaçado após ação de criminosos em Guararema, na Região Metropolitana de São Paulo (Foto: Reprodução)
Uma tentativa de roubo a dois bancos terminou com tiroteio em Guararema, cidade paulista a cerca de 80 quilômetros da capital, na madrugada desta quinta-feira (4). De acordo com informações iniciais da polícia, eram ao menos 25 criminosos e pelo menos 10 deles morreram.
Uma família foi feita refém durante a fuga dos assaltantes, mas não se feriu (leia mais ao final da reportagem). O criminoso que manteve os reféns morreu ao ser baleado.
A ação começou por volta das 4h perto da estrada na região central da cidade. De acordo com o comandante da Rota Mario Alves da Silva, os assaltantes, fortemente armados, estavam em cinco veículos blindados. Eles invadiram uma agência do Banco do Brasil e outra do Santander.
Fuzis, pistolas e munições apreendidos
Até a última atualização desta reportagem, não estava confirmado se, de fato, o dinheiro foi levado dos bancos.
Foram apreendidos com a quadrilha sete fuzis, quatro pistolas, duas calibre 12 e vários explosivos. “Não conseguimos, ainda, apurar toda a munição que existe, tendo em vista que o local está sendo preservado. Não podemos mexer nos locais”, disse Silva.
“Em princípio, havia indivíduos altamente equipados, com colete tático, luva, balaclava, equipamentos de última geração para, realmente, uma ação de guerra”, informou o comandante da Rota.
Dos dez assaltantes mortos, sete foram atingidos por balas durante troca de tiros em bloqueio feito por policiais da Rota (leia mais ao final da reportagem) na Estrada Hércules Campanholi, que dá acesso ao centro do município. Outro morto foi baleado na casa da família refém. Ainda houve um morto em um matagal e um em outro trecho da estrada onde a Rota fez bloqueio.
Banco vizinho de delegacia em cidade pacata
O Banco do Brasil invadido é vizinho de parede da delegacia da cidade. A distância entre as duas agências alvo dos criminosos é de menos de 300 metros. Os bancos ficam a cerca de 500 metros da Prefeitura de Guararema, cidade turística com pouco mais de 28 mil habitantes. O município já chegou a ficar ao menos 2 anos e meio sem registrar homicídios.
Durante a ação dos assaltantes nesta madrugada, as bombas colocadas no banco Santander não chegaram a ser detonadas. Explosivos foram achados no interior das agências. Os criminosos também metralharam a fachada de uma loja. Por volta de 7h40, carros da polícia chegavam ao local do assalto para analisar uma suspeita de bomba em um veículo.
Ainda segundo informações da polícia, fora os assaltantes mortos, o restante da quadrilha conseguiu fugir em carros usando estradas rurais. Um veículo foi abandonado no meio do caminho.
Policiais militares informaram que nenhum agente da corporação ficou ferido durante a ação contra os criminosos. Ao menos uma viatura ficou com vidros estilhaçados e teve o pneu furado.
Quadrilha já era investigada
De acordo com a Rota, a quadrilha já vinha sendo investigada pela polícia e pelo Ministério Público, e havia a informação de que o grupo executaria roubos na região da Grande São Paulo.
"Não sabíamos corretamente qual o local, então nos pediram que a Rota viesse apoiar com policiamento territorial na região dos municípios de Jacareí e Guararema", contou o comandante da Rota Mario Alves da Silva.
Policiais foram deslocados para o entorno do município de Guararema. Em bloqueio feito pela Rota, dois veículos com assaltantes se aproximaram e teve início a troca de tiros, quando nove assaltantes morreram. O décimo morto foi baleado por policiais em um matagal.
Reféns
Moradora da casa invadida por um dos assaltantes que fugia da polícia, Vanderleia Vicente Gomes falou sobre momento em que o criminoso chegou ao local, um sítio dentro de um condomínio numa rua sem saída. Segundo ela, mais duas pessoas estavam na casa: o marido dela e a sogra, que é acamada.
"Ele começou a bater na porta e pediu para que meu marido abrisse. O criminoso falou: 'Abre. Tem um rapaz aqui que é refém, se você não abrir eu vou matar ele'. Meu marido não abriu e ele chegou a arrombar a porta", contou Vanderleia.
O refém era um funcionário da portaria do condomínio."Ele entrou em casa, fechou a porta com um sofá e meu marido foi feito refém também", ressaltou Vanderleia. Ela e a sogra foram para o quarto e o criminoso, o funcionário da portaria e o marido ficaram na sala.
Segundo a moradora, quando a polícia chegou, o suspeito não quis se entregar e um tiro foi disparado dentro da casa dela. Houve uma negociação entre a polícia e o suspeito, mas ele resistiu. O homem acabou sendo baleado e morreu.
Fonte: G1.com