Cada município deverá elaborar um "plano de recebimento e armazenamento" da vacina
Serão 10 milhões de doses nessa primeira fase, que será voltada para idosos, profissionais de saúde, indígenas e quilombolas (Foto: Reprodução/Dado Ruvic/Reuters)
O governo paulista anunciou nesta segunda-feira (7) que a vacinação contra Covid-19 começará no dia 25 de janeiro, dia do aniversário de São Paulo.
Serão 10 milhões de doses nessa primeira fase, que será voltada para idosos, profissionais de saúde, indígenas e quilombolas.
Cada município deverá elaborar um "plano de recebimento e armazenamento" da vacina. Mais detalhes serão anunciados na entrevista coletiva do governo.
Na semana que vem, o governo pedirá o registro do imunizante à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Na última quinta-feira (3), foi anunciado que os resultados da fase 3 dos testes da Coronavac serão apresentados nas próximas semanas.
“No meu entendimento, todas as colocações anunciadas pelo Ministério da Saúde para que uma vacina preencha os requisitos para uso emergencial estarão cumpridas pela vacina do Butantan”, disse João Gabbardo, coordenador do Centro de Contingência da doença no estado.
Avanço das vacinas
Veja qual é o status das potenciais vacinas contra Covid-19 no mundo:
Pfizer/BioNTech
A vacina da Pfizer e sua parceira alemã BioNTech mostrou ser 90% eficaz na prevenção da doença com base em dados iniciais de um estudo amplo. O Reino Unido se tornou o primeiro país do mundo a aprovar o uso do imunizante contra a Covid-19, que começará a ser aplicado nesta terça (8).
Moderna
Já o imunizante da farmacêutica Moderna tem 94,5% de eficácia contra o novo coronavírus, de acordo com dados divulgados em novembro pela empresa, tornando-a a segunda vacina nos Estados Unidos a ter uma taxa de sucesso alta. A companhia espera ter entre 100 milhões e 125 milhões de doses de sua vacina contra o novo coronavírus disponíveis até o primeiro trimestre de 2021, com a maioria delas destinadas ao mercado dos Estados Unidos.
AstraZeneca/Oxford
Também em novembro, a AstraZeneca anunciou que sua potencial vacina contra a Covid-19, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, apresentou eficácia média de 70% na proteção contra o vírus, considerando testes de voluntários em estudos de fase 2 e 3 no Reino Unido e no Brasil.
A farmacêutica destacou, porém, que as taxas variam dependendo a quantidade de doses que certos grupos receberam: entre os que foram vacinados com duas doses completas, a eficácia observada foi de 62%; enquanto, em outro grupo que recebeu uma dose inteira e outra fracionada, a eficácia sobe para 90%.
Coronavac
Favorita do governo de São Paulo, a Coronavac, vacina experimental contra Covid-19 da chinesa Sinovac, induziu uma rápida resposta imune, mas o nível de anticorpos produzidos foi menor do que o visto em pessoas que se recuperaram da doença, mostraram dados preliminares dos testes clínicos com a vacina. O governador João Doria espera ter o produto disponível para vacinação já em janeiro de 2021.
Sputnik V
O fundo soberano russo, que financia o desenvolvimento da vacina Sputnik V contra a Covid-19, afirmou em novembro que o imunizante apresentou uma eficácia de 92%, de acordo com resultados provisórios de testes.
Moscou começou neste sábado (5) a vacinação com a Sputnik V, priorizando médicos e outros profissionais da área de saúde, professores e assistentes sociais. Cientistas levantaram preocupações sobre a velocidade com que o medicamento foi desenvolvido e com que o governo russo autorizou o registro, além de iniciar a vacinação em massa.
(*Com informações de Murillo Ferrari, Matheus Prado e Anna Satie, da CNN em São Paulo)