Estava observando o movimento da Avenida da Saudade, aqui na esquina da Santa Casa nesta sexta feira. Qualquer coisa inimaginável 30 ou 40 anos atrás. Também, por outro lado e em consequência, fiquei imaginando como isto estará nos próximos anos, principalmente, se levarmos em conta que toda parte após a região do cemitério e do outro lado da rodovia Péricles Belini estão sendo consistentemente ocupados. Quem estiver por aqui vai assistir.
Todos sabemos que o Brasil todo está se desenvolvendo, mesmo que alguns critiquem as taxas, porém, e sem dúvida, o país está crescendo e Votuporanga está aproveitando esse estágio de forma muito competente. Apenas precisamos, nós aqui da cidade, entendermos que não podemos perder o foco desse futuro e prepará-lo com inteligência. Aqueles que viverão por aqui nas próximas décadas dependerão, em muito, daquilo que nós de nossa época deixemos plantado. Já escrevi sobre isto antes e continuarei escrevendo, pois, sem dúvida, muito do que temos hoje devemos, também, a algumas boas ações praticadas no passado por pessoas ou grupos que se anteciparam a seu tempo. Um bom exemplo são as Avenidas Prestes Maia, Brasil e João Leite, o nosso aeroporto, nossa Fundação Educacional e outras iniciativas.
E, lembrem-se, cada vez que a cidade se expande um pouco mais, novas oportunidades aparecem e o crescimento dos anos seguintes sempre será sobre bases maiores. Uma conta interessante que precisa ser analisada com carinho, e que provoque pensamentos no sentido de que tudo isso faça manter um estágio de bem estar interessante para quem vive por aqui. Manter a chama da luta e da união pela cidade é outro foco que não pode ser perdido.
Também, se entendermos que as concentrações de forças políticas do país não estão sinceramente interessadas em promover mudanças significativas em determinadas áreas, precisamos ter em mente que muito do que pretendermos para nossa cidade precisa continuar sendo “empurrado” pelo seu povo. Ficar esperando iniciativas de grupos políticos instalados nos poderes (federal e estadual), que só se interessam por ações que mantenham seus feudos, não é uma atitude inteligente.
Dificilmente veremos mudanças significativas por parte do governo federal em relação ao financiamento à saúde, como exemplo, e muito difícil também será vermos o governo estadual incentivando o desenvolvimento e a industrialização do interior. Quanto a escolas de ensino superior, federais ou estaduais, para que boa parte de nossas famílias possa colocar seus filhos em escolas e não sofra um desgaste enorme durante anos em suas finanças, estou cada dia mais cético, pois, estamos no estado de São Paulo, e o pensamento ou as forças que poderiam nos proporcionar estas facilidades preferem gastar em outras plagas.
Mas, ao iniciar o artigo comentando sobre o nosso real desenvolvimento que precisa ser entendido por que olha bem lá na frente e, por outro lado, escrevendo sobre o que não acredito que possa facilmente acontecer por parte de governos, estou querendo despertar a consciência daqueles que pretendem se candidatar a cargos públicos municipais nas próximas eleições e, ao mesmo tempo, fazer ver aos meus leitores que somente devemos privilegiar com o voto aqueles que se apresentem preparados, que possuam projetos de governo, no caso do Executivo (prefeitos) e propostas muito claras de quais objetivos irão perseguir, no caso dos legisladores (vereadores).
Uma cidade como Votuporanga, com seus já quase 90000 habitantes, com uma vida política exemplar e educada, não pode permitir que participem das principais decisões pessoas que apenas pensam em projetos e vaidades pessoais ou que queiram fazer de cargos públicos eletivos uma fonte de renda. Penso que aqui esse tempo já passou. Aguardemos!
*Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados