O artigo da semana passada teve como titulo “Pensemos no futuro, já”. Com essa mesma preocupação e aproveitando o meu tempo passado, que já acumula várias décadas, sem dúvida, é interessante que comente sobre alguns fatos que estão acontecendo e que deixam alguns com a pulga “atrás da orelha”.
Vejamos: esse caso da Bahia, mesmo para nós que somos leigos na tal de “inteligência” e, também, mesmo que não prestemos muita atenção ao que é divulgado pela imprensa, dá para desconfiar que não é um simples movimento reivindicatório. Até se fosse simplesmente e por direito, uma chamada de atenção aos governos sobre problemas salariais, deveria ter o apoio da população, desde que, claro, o estado ou os estados que forem envolvidos no assunto tenham “tutu” para pagar. Acontece que, da forma que está sendo desenrolada a questão dá para desconfiar que existem outras “intenções” por trás do movimento.
Também, o caso do Judiciário deixa muitas questões em aberto, mesmo sabendo que as melhores cabeças jurídicas do país estão envolvidas na discussão do assunto. Não devemos ser contra a punição de quem em algum momento possa ter cometido ilícitos, seja quem for. Apenas o articulista se preocupa com a tentativa de desmoralização do judiciário ou, pior, sua submissão aos políticos. Sempre pensei que um país sem Judiciário respeitado não consegue manter as liberdades e, consequentemente, a democracia.
Em algumas oportunidades sempre tentam desmoralizar os legislativos, um outro perigo ou mesmo armadilha que o país pode entrar em algum momento.
Pois é, tudo isso se repetindo e, a população ficando brava e estarrecida com os chamados mal feitos, prato feito para algum tipo de governo forte, desses que não interessam para felicidade de ninguém.
Já vi destas coisas em minha juventude, mocidade e já como responsável por uma família. O que aconteceu desde os anos 60 até meados dos anos 80, em qualidade de democracia não foi nada abonador. Tenho comigo que nenhum dos lados envolvidos em disputas naquela época podem se gabar de bons feitos. Mesmo os que tenham existido (bons feitos) foram desmoralizados pelos exageros, de lado a lado. Portanto as pessoas de hoje, de todos os lugares, dos mais simples aos mais eruditos, dos menos aquinhoados aos mais aquinhoados, porém, pessoas de nosso tempo, responsáveis pelo futuro, não podem e não devem se deixar levar por exageros de noticiários ou por “cantos de sereia”. Sejamos realistas e façamos ver aos responsáveis pela condução dos destinos, municipais, estaduais e federal que o pais quer a manutenção da lei, da ordem e que continuemos alegremente democráticos.
È interessante escrever sobre isto neste momento, pois, estamos em época de montagens de candidaturas para as eleições municipais e, sem dúvida, se usarmos critérios decentes é desta base que sairão os futuros políticos que poderão até comandar a nação. A escolha pelos partidos, em nível municipal, de boas pessoas para serem candidatos é muito sério, a ficha já começa ser limpa por ai. Os próprios candidatos deverão entender que as propostas e linha de trabalho precisam contemplar as necessidades do povo e jamais de grupos específicos. O bem estar de uma comunidade é um bem que deve estar acima de interesses pessoais e, por isso, as pessoas da comunidade, que possuam influência e possam acompanhar o processo eleitoral, não podem se abster de emitir opiniões e concretizar apoio as boas propostas e candidatos que surgirem. Fazer política não é feio. É preciso entender que são os atos políticos que fazem as diretrizes de nosso dia a dia. Portanto, repito, fazer política não é feio, claro, desde com decência.
E, se nesse nosso país, um grande número de cidades fizesse como nossa, que mesmo com alguns defeitos, possui um time político interessante em todas as siglas, o pais poderia num futuro bem próximo conviver sem “pulgas atrás das orelhas”. O voto serio tem força para isto.
*Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados