Muitos me criticam, por utilizar um texto crítico, e algumas vezes áspero em meus artigos. Entendo que muitos preferem textos líricos, filosóficos e até de cunho pessoal nos artigos em jornal.
Entretanto não posso agir com fleuma diante do que vejo acontecer com o país. Nunca aceitei o fato de um ministro, que é o staff de qualquer governo, ser escolhido pelos interesses eleitorais, com o objetivo de manter a chamada base aliada. O Brasil tem nada mais do que 24 ministérios e mais 15 secretarias com status de ministério (ligadas à Presidência da República). Sendo assim 39 ministros, com seus respectivos assessores (que não são poucos). O governo de Collor tinha 12 ministérios somente. A cada novo presidente, a cota aumenta, pois os ministérios passaram a ser uma fonte inesgotável de troca de favores.
Já tivemos ministro da economia formado em medicina, e ministro da saúde formado em economia. Todavia ambos eram formados em politicagem e cumpriram direitinho a função de fortalecimento partidário da república tupiniquim.
Na semana passada a presidenta Dilma nomeou o senador Marcelo Crivela (PRB) para ministro da pesca. Em entrevista à rádio Estadão/ESPN o novo ministro disse que seus conhecimentos sobre o assunto da pasta são nulos. “Nem sei colocar uma minhoca no anzol”, afirmou ao ser questionado se tinha experiência na pesca.
É claro que pescar não é necessariamente o que deve saber fazer um ministro da pesca. Porém ficou claro, que a escolha foi totalmente política e oportuna. O senador Crivela, tem uma experiência impar em conquistar votos dos fiéis de sua igreja. É um verdadeiro “pescador de almas” no pior sentido da palavra, e estrategicamente colocado em um ministério que poderia estar vinculado ao ministério da agricultura.
Pelo jeito a presidenta colocaria um pedreiro para ser cozinheiro em um restaurante, e o pior é que o pedreiro aceita, numa demonstração de profundo descaso com a população que ele representa.
Neste ano temos mais uma chance de mudar a história. Temos a desgraça de votarmos a cada dois anos neste país. Vamos então usar o voto para mudar o rumo das coisas, caso contrário teremos vereadores que não tem consciência de que são uma entidade representativa de uma parcela do município. Teremos uma câmara cheia de edis que só sabem dizer amém.
O Brasil merece um pouco mais de respeito. Daqui a pouco teremos um ministério do mar em Minas Gerais. Seria cômico se não fosse trágico.
*Antônio Lima Braga Júnior
toninho.braga@hotmail.com
Votuporanga - SP