O número de leitores na faixa etária estudantil poderia ser muito maior caso houvesse mais oportunidades de acesso a livros novos e de qualidade. Se partisse do estado um incentivo que permitisse o acesso mais fácil à compra de livros para os estudantes, o número de leitores, apontado na edição da semana passada da revista Veja, seria maior.
Quem é estudante sabe que comprar livro não é uma missão fácil dado o alto custo (preço que pagamos nos livros = impostos + custo da editora + lucro da livraria). As bibliotecas públicas e das universidades nem sempre atendem à necessidade de todos os alunos, visto que, obviamente, a quantidade de alunos supera em muito a quantidade de livros. Isso, sem falar nas edições antigas, velhas, ultrapassadas. Porém, há exceções e não estou aqui para crucificar nenhuma instituição.
Contudo, se o governo incentivasse a compra de livros pelos estudantes, tanto do ensino fundamental e médio quanto do superior, sejam estes livros literários ou didáticos, haveria muito mais leitores assíduos no país. Qual incentivo seria este? Não sei, penso talvez em isentar de impostos os livros vendidos aos estudantes. Sei que a aplicabilidade deste incentivo seria um tanto complexa devido a nossa legislação tributária, mas são nossos “queridos” parlamentares que podem criar uma forma de acesso mais viável, afinal eles estão lá para isso, não é mesmo?!
Não só os legisladores, mas também a UNE, que existe para defender os interesses dos estudantes perante o governo, poderia criar formas de incentivo e acesso facilitado. Todavia, o brilho desta união se perdeu no tempo, não existe mais aquela força, garra, vontade que moviam os estudantes de anos atrás. O que temos hoje são uns poucos e desordenados jovens mimados (ligados ou não a UNE, pouco importa, já que o nome UNE se perdeu) que lutam para expulsar a polícia da universidade e para legalizar a maconha.
Resumindo a “ópera”, tanto as bibliotecas públicas quanto as universitárias tentam atender aao seu público estudantil, oferecendo livros, que, por vezes, são pouco usados ou por falta de público ou devido seu estado precário, e, outras vezes, possuem grande circulação e não são capazes de atender a todos os estudantes de determinada área ou curso.
E enquanto isso, nós meros mortais temos que apelar para o bom e velho “jeitinho brasileiro” (particularmente falando, horrível), em outras palavras xerox ou download ilegal do livro em arquivo digital pela internet. Já a turma lá de cima fica votando e discutindo nome de rua, homenagem a fulano de tal, escolhendo melhor data para “o dia nacional dos que mamam”.
*Renan Gratão