No dia 27 de março, é comemorado o dia do circo. Circo é um entretenimento para divertir adultos e crianças, formado por palhaços, artistas que fazem malabarismos, dentre outras coisas. Falando mais especificamente do palhaço, podemos verificar que o mesmo, na maioria das vezes, quando não está maquiado, trata-se de uma pessoa triste, que tem um olhar profundamente melancólico. É uma característica de quem cria, e tem sensibilidade para proporcionar algo para o próximo.
O palhaço sempre despertou encantamento. Sua origem se perde na aurora dos tempos. Destacou-se como uma figura religiosa dos festivais orgiásticos na antiga Roma, virou bobo da corte na idade média, até chegar ao teatro e ao circo. Ganhou sofisticação nas chamadas óperas bufas e hoje se disfarça de acrobata em apresentações maravilhosas do Circo de Soleil.
Entretanto, é a figura de bobo que ficou mais associada ao palhaço, pois tudo aquilo que feito para ludibriar alguém é chamado de palhaçada. O Brasil é uma palhaçada só. Temos uma turma que se multiplica diariamente, e que manipulam a massa na maior cara de pau. O que me intriga é que o país possui muita gente inteligente, que não se manifesta, não usa seu poder de formar opinião, e se escondem atrás de uma boa posição social. Onde estão os grandes pensadores que iam para as ruas lutar pelos seus ideais? Ninguém está preocupado com os rumos que o Brasil está tomando?
Hoje um professor vai para as ruas manifestar por um salário mais justo, enquanto o deputado Tiririca, sim Tiririca, pois nem o nome dele eu sei, ganha mais de trinta vezes o salário de um catedrático. E está tudo muito bem, pois nós achamos graça em vê-lo na televisão. Um político com pouquíssimo tempo se aposenta, enquanto o meu pai, por exemplo, trabalhou cinquenta anos para receber um salário mínimo por mês, e as duras penas.
Um trabalhador tem que ser humilhado num hospital público, para conseguir tratamento, enquanto um político tem plano de saúde para todos os seus dependentes, que são muitos, nos melhores hospitais do país. Filho de rico estuda em escola privada, e quando vai para faculdade, entra na pública, com ajuda de custo para se empanturrarem de cachaça, enquanto o pobre tem que se humilhar para tentar uma bolsa, ou um financiamento.
O pobre é multado por uma lanterna queimada, enquanto o rico dirige a 180 km/h, e nem se quer perde a carta. Coitado do policial que resolver ser criterioso em sua função. Terá a sua carreira manipulada com certeza.
Para encerrar este texto, vou deixar duas frases do grande arquiteto Oscar Niemeyer: “Brasília nunca deveria ter sido projetada em forma de avião. O de camburão seria mais adequado. Na verdade quem projetou Brasília foi Lúcio Costa. Eu fiz uns prédios e avisei que aquela merda não ia dar certo”.
*Antônio Lima Braga Júnior
toninho.braga@hotmail.com
Votuporanga - SP